O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse nesta quarta-feira, 25, que quis pagar impostos, embora não fosse obrigado devido a seu "baixo salário", pediu que todos cumpram a obrigação tributária e exigiu o fim do "esbanjamento e da despesa irresponsável" em seu governo. Em discurso transmitido pela rede de rádio e televisão da Venezuela, Chávez indicou que tinha feito a declaração de renda e que lhe informaram que estava isento, por não ter o salário mínimo fixado para o pagamento.
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O presidente venezuelano, que disse receber por mês "entre 2.500 e 2.800 bolívares (entre US$ 1.160 e US$ 1.300)", além de "uma pequena pensão como tenente-coronel da reserva", afirmou que a metade de seu salário é para sua segunda ex-esposa e a filha do antigo casal, e o resto vai para um "fundo de bolsas de estudos para crianças pobres."
"Quero pagar impostos... quero servir de exemplo", manifestou Chávez, que acrescentou que já assinou o cheque com seu pagamento, sem especificar o montante. "Não estamos aqui para festas", proclamou o presidente, ao exigir que todos os seus ministros, altos funcionários e deputados, governadores e prefeitos se somem às medidas de austeridade que anunciou para a administração dentro do corte orçamentário.
Chávez, que chegou ao poder há uma década, criticou as despesas dos altos funcionários, de ministérios e outras entidades, dando a entender que o gastos continuaram nos últimos anos, apesar de sua declarada linha "revolucionária" e suas denúncias das "riquezas oligarcas."
"O dinheiro é do povo", afirmou mais uma vez o presidente, ao assinar o decreto que reduz despesas supérfluas na administração, como anunciou no sábado passado ao fazer divulgar as medidas de seu governo para enfrentar a queda do preço do petróleo, principal fonte de renda do país.