17 de agosto de 2009 | 09h52
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, disse no domingo, 16, que seu homólogo americano, Barack Obama, deveria entender que os EUA não podem interferir nos assuntos da América Latina. O político socialista elevou o tom das suas críticas ao governo Obama às vésperas da assinatura de um novo acordo militar entre a Casa Branca e a vizinha Colômbia.
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Chávez se referiu a declarações feitas semanas atrás por Obama, chamando de hipócritas os que pediam maior empenho de Washington pela restituição do presidente deposto de Honduras, o esquerdista Manuel Zelaya.
"Anda perdido na nebulosa de Andrômeda o presidente Obama, anda perdido, anda sem horizonte, não entende ... Obama está entrando em um labirinto terrível", disse Chávez em seu programa semanal de rádio e TV.
"Não estamos lhe pedindo que intervenha em Honduras, Obama; pelo contrário, lhe estamos pedindo, e somos coerentes os que o dizemos, que o império retire suas mãos de Honduras, e que o império retire suas garras da América Latina, já está bom", disse Chávez, sob aplausos.
O próprio Zelaya, aliado de Chávez, já declarou que os EUA são o único país com poder suficiente para promover o restabelecimento do regime democrático em Honduras.
Chávez disse que ele próprio está ameaçado de ser derrubado pelo "império", mas afirmou que o próprio Obama, "por ser negro", é alvo de antipatias e poderia ser destituído ou assassinado pelas elites norte-americanas, caso tente realizar mudanças profundas.
"Ele tem que estudar um pouco mais, é um homem jovem, acho que é um homem cheio de intenções boas", disse ele, que também conclamou os colombianos a manterem "sua dignidade" e rejeitarem a ampliação da presença militar dos EUA.
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