Chávez fecha o cerco contra Globovisión e chama acionista de 'ladrão'

Presidente do canal e acionista minoritário estão sendo procurados pela Justiça venezuelana

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Por Efe
Atualização:

CARACAS- O presidente venezuelano Hugo Chávez fez nesta sexta-feira, 2, uma nova advertência ao canal Globovisión, chamou um de seus acionistas, Nelson Mezerhane - também é dono do Banco Federal, expropriado pelo governo - de "ladrão", e pediu uma lei que proíba banqueiros de serem proprietários de meios de comunicação.

 

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"Vamos ver quem aguenta mais: se a loucura da Globovisión ou o povo", disse Chávez em uma transmissão obrigatória de rádio e televisão em um ato com clientes do Banco Federal, cujos investimentos foram devolvidos com recursos do estatal Fundo de Garantia de Depósitos e Proteção (Fogade).

 

Mezerhane, contra quem foi solicitada uma ordem de prisão, "fugiu com 7 bilhões de bolívares (cerca de US$ 1,6 bilhão) que é o total aproximado das poupanças dos 600.000 clientes do Banco Federal", disse Chávez. O líder acrescentou que "o outro dono da Globovisión, outro criminoso, também anda fugindo da Justiça", em referência ao presidente da emissora, Guillermo Zuloaga.

 

O governante disse que esperará "um pouquinho" antes de decidir o futuro da Globovisión, porque seus donos "estão fugindo da Justiça" e os que estão à frente da emissora agora "pretendem incendiar o país". "É um canal em mãos de uma loucura desatada, do ódio, com a única intenção de derrubar o governo", insistiu o governante.

 

Um tribunal venezuelano ordenou a captura de Mezerhane, opositor ao governo Chávez, por seu suposto envolvimento com irregularidades financeiras, de acordo com a Procuradoria Geral do país.

 

A Procuradoria não tem informações sobre o paradeiro do empresário, mas acredita que ele esteja fora do país "por causa de uma chamada telefônica realizada a um meio de comunicação", de acordo com o órgão.

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Em 14 de junho, mesmo dia em que o governo interveio no Banco Federal, Mezerhane declarou a Globovisión que estava em Miami fazendo exames médicos, e afirmou que a intervenção na entidade financeira era política por causa de sua posição crítica ao governo.

 

O banqueiro também vinculou seu caso ao de Zuloaga, que, junto a seu filho, também é procurado pela Justiça por ter 24 veículos em sua residência. Zuloaga, além de proprietário da Globovisión, é dono de concessionárias de veículos. O empresário, também foragido, já disse que não se entregará à Justiça porque teme não ter um julgamento justo.

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