30 de julho de 2010 | 22h00
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse nesta sexta-feira, 30, que mobilizou unidades da infantaria e da força aérea em meio à tensão com a Colômbia, que denunciou nesta semana que Caracas abriga guerrilheiros de esquerda em seu território. O líder venezuelano não detalhou a região para onde enviou as forças, nem o número de unidades.
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Chávez acrescentou, no entanto, que seu ministro de Relações Exteriores está pronto para se reunir com a chancelaria do presidente colombiano eleito, Juan Manuel Santos, após sua posse, em 7 de agosto, a fim de reparar as deterioradas relações bilaterais.
"Há três noites eu dizia ao vice-presidente (Elías Jaua): 'que tristeza me dá estar revisando planos de guerra!'", relatou Chávez em entrevista telefônica à emissora estatal "VTV", oito dias após ter decidido o rompimento formal das relações diplomáticas com a Colômbia.
O presidente destacou os planos do governo venezuelano para conter uma eventual "agressão" militar ordenada pelo presidente colombiano Álvaro Uribe, que, segundo Chávez, "é capaz de tudo".
"Mobilizamos unidades de defesa aérea, de infantaria, de operações especiais" em pontos específicos dos mais de 2,2 mil quilômetros da fronteira comum, mas não identificou quais eram esses locais. Tudo isso, ressaltou, "em silêncio, porque não queremos causar alarme".
Chávez manifestou que Uribe deveria consultar um psiquiatra "porque está descarado, doente de ódio". O líder venezuelano insistentemente repetiu que seu objetivo é que exista paz não só entre os dois países, mas também a paz interna na Colômbia.
O governo venezuelano rompeu as relações com Bogotá após o embaixador colombiano na OEA denunciar ao organismo a suposta presença de guerrilheiros em território venezuelano, com o consentimento de Chávez.
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