
03 de dezembro de 2007 | 13h36
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, recebeu nesta segunda-feira, 3, a senadora colombiana Piedad Córdoba e dois familiares da ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt, refém das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), em sua primeira atividade após o referendo de domingo. Veja também: Tensão na América do Sul Acompanhe a trajetória de Hugo Chávez A Presidência da República informou em comunicado que o governante ratificou seu compromisso com o povo colombiano de continuar os esforços para conseguir a paz no país vizinho, assim como para conseguir a libertação das pessoas que estão nas mãos Farc. A reunião realizada antes do amanhecer se estendeu por mais de uma hora na sede do Executivo venezuelano e, além de Córdoba, nela participaram Yolanda Pulecio e Astrid Betancourt, mãe e irmã, respectivamente, da ex-candidata presidencial colombiana retida pelo grupo guerrilheiro. A reunião "transcorreu em um clima de solidariedade e respeito em torno do tema da troca humanitária e dos eventos relacionados", acrescentou o comunicado. Chávez atuou até o fim de novembro com o aval de Bogotá como mediador em uma tentativa de troca humanitário nessa nação, mas sua participação foi abruptamente finalizada por Uribe, que então o acusou de promover o terrorismo, querer exportar seu modelo de "socialismo do século XXI" e "incendiar" a região. Prova de vida Na semana passada, o governo colombiano anunciou que encontrou provas de vida em poder de dois guerrilheiros das Farc detidos, cuja missão seria, aparentemente, enviar ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez, vídeos e cartas como prova da vida dos seqüestrados. Em trechos da carta da ex-candidata à Presidência da Colômbia Ingrid Betancourt, a refém afirma que vive "como morta" e relata as situações precárias na selva colombiana. "Aqui vivemos como mortos. Estou mal fisicamente. Não consigo comer, estou sem apetite e meus cabelos estão caindo em grande quantidade. (...) Este é um momento muito duro para mim. Me pedem provas de sobrevivência à queima-roupa e aqui estou, escrevendo para você com a minha alma estendida neste papel. Não tenho vontade para nada. Creio que isto é a única coisa que é bom, já que não tenho vontades porque aqui nesta selva a única resposta que temos é 'não'. É melhor, então, não querer nada para ficar livre pelo menos de desejos. Há 3 anos eu peço um dicionário para ler, aprender algo, manter a curiosidade intelectual viva. Estou esperando que ao menos por compaixão me facilitem um, mas é melhor não pensar nisso", diz a refém. Yolanda Pulecio reagiu indignada à publicação da carta pela imprensa e anunciou que processará a promotoria que deixou vazar uma mensagem "íntima" e "para a família". O procurador-geral Mario Iguarán se mostrou surpreendido com a divulgação e pediu desculpas à mãe e à família.
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