O Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela ordenou na terça-feira, 25, a destituição de quatro juízas que se reuniram secretamente com o líder da oposição e prefeito de Maracaibo, Manuel Rosales, que atualmente enfrenta um processo por corrupção após ter sido acusado oficialmente pela Promotoria do país. Rosales é hoje um dos principais líderes de oposição ao presidente Hugo Chávez.
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O opositor é acusado de omitir em sua declaração de bens ganhos obtidos entre 2000 e 2004, quando foi governador do Estado de Zulia. Rosales, entretanto, disse que a transferência obedece a "uma ordem" de Chávez, a quem acusa de pretender submetê-lo a um "linchamento político". O Supremo Tribunal de Justiça venezuelano ainda determinou a transferência de Zulia para Caracas do julgamento. A mudança da jurisdição do processo reforça as suspeitas de que Chávez está empenhado em controlar de perto a ação judicial contra um de seus principais adversários políticos.
O Circuito Judicial Penal de Zulia, oeste do país, informou que as magistradas Irasema Vílchez, Doris Cruz, Guadalupe Sánchez e Luisa Rojas foram suspensas de seus cargos e não terão direito ao recebimento de salários. O deputado Calixto Ortega explicou que as juízas não foram imparciais ao se reunir com Rosales.
O Legislativo de Zulia aprovou um pedido de realização de um referendo sobre alterações da lei de descentralização, que permitiu a Chávez controlar os principais portos e aeroportos do país. O pedido será enviado ao Conselho Nacional Eleitoral na semana que vem.