Colômbia divulga vídeo provando que reféns das Farc estão vivos

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Por PATRICK MARKEY
Atualização:

O governo colombiano divulgou na sexta-feira imagens da ex-candidata a presidente Ingrid Betancourt e de três norte-americanos, todos reféns da guerrilha Farc, na primeira prova desde 2003 de que eles estão vivos. Os vídeos, que mostravam também militares sequestrados, foram gravados até outubro e acabaram sendo confiscados de três supostos rebeldes capturados em Bogotá, segundo Luis Carlos Restrepo, alto-comissário do governo para a Paz. Betancourt foi sequestrada durante a campanha eleitoral de 2002. Os três norte-americanos participavam de ações de destruição de lavouras de coca quando foram capturados pela guerrilha. Eles fazem parte de um grupo de cerca de 50 reféns que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) pretendem trocar por militantes presos. "Numa operação do Exército colombiano contra as redes urbanas das Farc, três pessoas foram capturadas, e em seu poder foi encontrada a prova de vida de um grupo de vítimas de sequestro", disse Restrepo. Nos breves trechos transmitidos pela TV local, Betancourt aparece sentada num ambiente de selva. Segundo Restrepo, também foram achadas fotos e cartas dos reféns. "Tudo o que vemos é uma única foto em que ela está sentada junto a uma pequena mesa e parece bem magra, com o cabelo longuíssimo. Ela está olhando para baixo. Tive a sensação de que sua mão estava acorrentada. É uma imagem triste da minha irmã, mas ela está viva", disse Astrid, irmã de Betancourt, à TV LCI, da França -- a ex-candidata também tem cidadania francesa. O presidente da França, Nicolas Sarkozy, teve papel importante nos recentes esforços para mediar a troca de prisioneiros entre governo e guerrilha. Neste ano, o governo colombiano soltou um líder das Farc, como gesto de boa-vontade pela negociação, e convidou o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, para também participar da mediação -- embora na semana passada o tenha destituído dessa função, porque o venezuelano conversou um comandante militar sem pedir autorização do presidente colombiano, Álvaro Uribe. O presidente francês, Nicolas Sarkozy, considerou animadora a notícia. "Agora que sabemos que está viva, nós devemos lutar de maneira implacável para obter a sua libertação", disse Sarkozy a jornalistas na cidade de Nice. (Reportagem adicional de Laure Bretton e Emmanuel Jarry em Paris)

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