Colômbia diz que Venezuela deportou centenas de garimpeiros

Mais de 400 trabalhadores foram expulsos sem aviso prévio de Puerto Inírida, na fronteira entre os países

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Por Efe e Reuters
Atualização:

A Venezuela expulsou centenas de mineiros da Colômbia e de outros países, incluindo brasileiros, afirmou na segunda-feira, 30, o ministro da Defesa colombiano, Gabriel Silva. Segundo ele, as expulsões ocorreram sem qualquer tipo de aviso, levando caos a uma parte da fronteira entre Venezuela e Colômbia.

 

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"Nós vamos reportar essa espécie de desalojamento forçado para autoridades de direitos humanos internacionais, pois ela viola os direitos humanitários internacionais", afirmou Silva após chegar a Puerto Inírida, cidade 30 quilômetros distante da fronteira com a Venezuela. Na visita, o ministro entregou um pacote de auxílio humanitário para aproximadamente mil pessoas.

 

A expulsão dos cerca de 400 mineiros é mais um episódio a levar tensão às relações entre Colômbia e Venezuela. O governo do presidente Hugo Chávez é um duro crítico do acordo entre Bogotá e Washington regulando a presença de tropas americanas em bases militares no território colombiano. Caracas afirma que o pacto é uma ameaça à segurança da região, apesar de os colombianos garantirem que a única intenção é combater guerrilheiros no próprio país.

 

Os mineiros aparentemente trabalhavam ilegalmente em uma mina na Amazônia venezuelana, quando a operação foi de repente fechada pela Guarda Nacional da Venezuela, disse Silva. "Eles nos disseram para ir embora pois estávamos trabalhando ilegalmente", contou um dos mineiros, Pedro Matias, à Rádio RCN.

 

Os mineiros expulsos eram de Colômbia, Brasil, Equador e Peru. Antes, eles estavam vivendo na cidade venezuelana de San Fernando de Atabapo. Com a chegada dos trabalhadores, o município venezuelano de apenas 11 mil pessoas ficou lotado, sofrendo com a falta de comida e abrigo para os novos habitantes

 

Silva disse que a deportação em massa foi "inesperada e não anunciada, não deixando tempo para nos preparar para receber as pessoas em condições humanitárias". Segundo o ministro, havia 100 brasileiros no grupo de aproximadamente mil pessoas. Silva afirmou que a Colômbia estava em contato com o Brasil e outros países para organizar a repatriação dos estrangeiros. O governo venezuelano não se manifestou sobre o caso.

 

"A informação que nos deram é de que foi uma pressão dos venezuelanos que os obrigou a voltar. Eles estão assustados, e foi o medo que os fez voltar", disse Diego Molano, diretor de um programa de assistência social da presidência da Colômbia, em nota.

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Os dois países têm uma porosa fronteira de 2.200 quilômetros, onde há intensa movimentação de traficantes, contrabandistas e guerrilheiros, além de grande incidência de homicídios e sequestros.

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