BOGOTÁ - As negociações de paz entre o governo do presidente Juan Manuel Santos e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) serão retomadas no dia 10, anunciaram nesta quarta-feira, 3, representantes das duas partes. O processo de diálogo, que já dura dois anos, havia sido suspenso há duas semanas em razão do sequestro, pela guerrilha, do general do Exército colombiano Rubén Darío Alzate.
O oficial e outros dois reféns, um cabo e uma advogada foram libertados no domingo. A soltura dos sequestrados abriu caminho para retomada do diálogo.
O processo de paz acontece em Havana sob a mediação de Cuba e da Noruega. Negociadores voltaram à capital cubana para debater as possibilidades de retomada pouco após a libertação de Alzate.
Santos comemorou o acerto para o prosseguimento das conversas. “Celebro que a mesa de Havana tenha chegado a acordo para retomar as conversas no dia 10 de dezembro.”
O presidente acrescentou que o interesse fundamental do governo é “encerrar totalmente esse conflito e, assim, poupar vidas, poupar sofrimento e alcançar, enfim, depois de 50 anos, a paz em nosso país”.
As duas partes já chegaram a acordos relevantes sobre participação política para integrantes da guerrilha, acesso à terra e combate ao narcotráfico. Ainda estão pendentes os pontos de compensação às vítimas e fim efetivo da violência armada.
Sequestro. Além do general Alzate, as Farc haviam capturado também o cabo Jorge Rodríguez e a advogada Gloria Urrego. Eles foram feitos reféns logo ao chegarem a um vilarejo no Departamento (Estado) de Chocó. O general pediu baixa do posto logo após ser libertado, admitindo que o sequestro aconteceu porque ele ignorou os regulamentos de segurança.
Alzate a os outros reféns viajavam com trajes civis e o deslocamento não foi informado aos superiores hierárquicos. O oficial afirmou que a intenção era fazer “trabalho social” na região. / AP e REUTERS