Colômbia espera que Farc valorizem gesto do governo--chanceler

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O ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Fernando Araujo, disse nesta terça-feira esperar que a autorização oficial para que uma senadora da oposição ajude em um acordo entre o governo e Farc seja vista pelo grupo rebelde "como um gesto de abertura". Segundo Araujo, o governo espera que a autorização para que a senadora liberal Piedad Córdoba ajude em um acordo humanitário com os rebeldes, necessário para a libertação de reféns do grupo guerrilheiro, inclusive da ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt, tenha algum efeito entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). A senadora é uma crítica veemente do presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, e sua designação demonstra, segundo Araujo, que a busca da paz, para o governo, é "uma questão de Estado, suprapartidária". "Esperamos que entendam isso como um gesto de abertura do governo", indicou o chanceler durante uma visita a Brasília, onde se reuniu e firmou acordos com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. A senadora colombiana é muito ligada ao presidente venezuelano, Hugo Chávez, a quem visitou recentemente em Caracas para tratar sobre esse possível acordo, que permitiria a troca de vários reféns em poder das Farc por dezenas de guerrilheiros detidos. Além de Betancourt, cujo sequestro tem provocado grande solidariedade na França, as Farc mantêm detidos três norte-americanos, cinco ex-congressistas, um ex-governador e vários efetivos do Exército e da polícia, alguns estão perto de cumprir dez anos de cativeiro. A guerrilha exige que Uribe retire as Forças Armadas e a polícia de uma região montanhosa no sul do país para negociar essa troca. Araujo disse, no entanto, que as condições para um acordo prevêem que "não haverá retirada militar" e que os rebeldes libertados "não podem voltar a delinquir com a guerrilha". (Por Guido Nejamkis)

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