Colômbia se diz otimista em retomar comércio com a Venezuela

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Por LUIS JAIME ACOSTA
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O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, declarou nesta quinta-feira estar otimista com o progresso rumo à retomada das relações comerciais com a Venezuela, mas admitiu que, para ser durável, o processo deve ser lento e seguro. Santos se reuniu com a sua chanceler, María Angela Holguín, que comandará a delegação que vai na sexta-feira a Caracas para discutir o restabelecimento das relações comerciais entre os dois países, rompidas pela Venezuela depois que o antecessor de Santos, Álvaro Uribe, acusou o governo de Hugo Chávez de dar abrigo a guerrilheiros. "Estamos otimistas de que poderemos avançar no que o presidente Chávez e eu estabelecemos em Santa Marta, e é o restabelecimento das relações comerciais, das relações econômicas, de infraestrutura, e também uma maior cooperação em matéria de segurança", disse Santos. No começo do mês, logo após tomar posse, Santos se reuniu com Chávez na cidade colombiana de Santa Marta, onde concordaram em restabelecer relações diplomáticas, que também estavam rompidas, e retomar o comércio bilateral. "Esse processo deve ser lento para que seja seguro, não queremos criar expectativas demais sobre os resultados das reuniões, o que queremos é lançar as bases sólidas para que as relações com a Venezuela sejam duráveis, esse é um propósito fundamental, que as relações se mantenham no tempo e não fiquem ao vaivém dos acontecimentos." Além da chanceler Holguín viajarão a Caracas também os ministros colombianos de Defesa, Comércio e Transportes. O governo Chávez já havia restringido as relações comerciais com a Colômbia no ano passado, em protesto contra um novo acordo militar que amplia a presença militar norte-americana na Colômbia. Nesta semana, a Corte Constitucional colombiana revogou o acordo, devolvendo-o ao governo para que faça sua aprovação tramitar no Congresso. A reviravolta pode facilitar o restabelecimento das relações com a Venezuela, segundo analistas. Durante a reunião, a Colômbia deverá pleitear o pagamento de cerca de 800 milhões de dólares que a Venezuela deve a exportadores e empresários, além de discutir um compromisso concreto para combater a infiltração de guerrilheiros pelos mais de 2.200 quilômetros de fronteira comum. As exportações colombianas para a Venezuela tiveram uma queda de cerca de 1 bilhão de dólares neste ano, depois de alcançar o recorde de 6 bilhões de dólares em 2008.

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