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Colombianos protestam contra assassinatos cometidos pelas Farc

Dezenas de milhares saíram às ruas depois da morte de quatro militares mantidos pelo grupo como reféns

Atualização:

BOGOTÁ - Indignados com a execução de quatro reféns pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), dezenas de milhares de colombianos fizeram protestos em todo o país nesta terça-feira, 6, exigindo o fim de meio século de violência e sequestros por parte dos rebeldes. Veja imagens abaixo.

 

 

Helicópteros sobrevoaram a capital, Bogotá, e houve buzinaços nas ruas, enquanto colombianos vestidos de branco faziam uma passeata até a principal praça da cidade, segurando fotos dos homens assassinados e gritando: "Basta de guerra! Sim à vida, sim à paz".

 

As vítimas - militares mantidos durante mais de uma década em cativeiro na selva - foram mortos à queima-roupa por guerrilheiros das Farc, no momento em que o Exército atacava seu esconderijo. Os corpos dos reféns foram achados junto às correntes que os mantinham presos, pelo pescoço, a árvores. "Já toleramos bastante as Farc", disse o engenheiro Ruben Castano, que tirou um dia de folga para participar do protesto. "Santos, é hora de acabar com isso". Pressão crescente

 

O presidente Juan Manuel Santos, que apoiou a manifestação, enfrenta uma crescente pressão dos colombianos para dar fim ao conflito que já matou dezenas de milhares de pessoas nas últimas décadas. Responsável por alguns dos mais duros golpes sofridos pelas Farc ao longo da sua história, incluindo a recente morte do dirigente Alfonso Cano no mês passado, Santos manifesta a disposição de negociar a paz caso os rebeldes marxistas entreguem suas armas e parem de cometer atentados e sequestros. As Farc rejeitam a exigência, mas Cano sugeriu, antes de ser morto, que o diálogo era a única solução. "Não é só o governo pedindo paz, é toda a Colômbia", disse Santos no início da manifestação. "O povo está farto da violência". Ajuda dos EUA

 

Há uma década a Colômbia recebe uma vultosa ajuda militar dos EUA, o que permitiu limitar drasticamente a capacidade da guerrilha para lançar ataques contra a infraestrutura econômica do país, que assim passou a receber bilionários investimentos estrangeiros. Mas as Farc continuam sendo uma parte importante do conflito, que reduz o PIB colombiano em até 1 ponto percentual ao ano. Em seu auge, as Farc chegaram a ter 20 mil combatentes, mas sofreram milhares de deserções nos últimos anos. Cinco dirigentes seus foram mortos desde 2008. A guerrilha, envolvida com o narcotráfico, ainda mantém como reféns 11 militares e até 300 civis.

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