
30 de setembro de 2010 | 19h34
Manifestantes expressam apoio a Correa em Quito. Foto: Efe/Stringer
QUITO- O comandante da Polícia do Equador, general Freddy Martínez, negou nesta quinta-feira, 30, que o presidente Rafael Correa esteja sequestrado por membros de sua instituição, que se rebelou contra o governo devido a uma lei que lhes tira benefícios econômicos.
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"Não, não está detido", respondeu o oficial à agência AFP, ao ser consultado sobre se o presidente permanecia sequestrado no hospital policial.
Correa denunciou que havia um tentativa de golpe de estado contra seu governo, e disse que sua vida corria perigo, ao falar do hospital policial de Quito, onde se refugiou após ser agredido com gases lacrimogêneos pelos policiais manifestantes.
O vice-presidente Lenín Moreno havia sinalizado previamente que Correa tinha sido vítima de uma tentativa de sequestro neste centro médico, onde nesta quinta-feira se reuniu com representantes dos policiais rebeldes.
"Um grupo de desajustados tentou sequestrar o presidente da república", disse Moreno à televisão equatoriana, no porto de Guauyaquil (sudoeste), de onde esperava voar a Quito assim que a situação se normalizasse nos aeroportos.
O presidente venezuelano Hugo Chávez afirmou que tinha falado com Correa cerca de quatro vezes e que ele informou que estava "sequestrado" em um hospital da polícia, acompanhado de um grupo reduzido de colaboradores e que temia por sua vida.
O general Martínes, no entanto, que se mantém leal ao governo, assegurou que a segurança do chefe de Estado "estava garantida" nessa clínica, onde recebe cuidados médicos após passar por uma operação no joelho na semana passada.
"Temos que protegê-lo. O presidente está no hospital sendo cuidado pelos médicos, afirmo que seu estado está normal", indicou o oficial, que de manhã tentou resolver o protesto mas não foi escutado pelos seus subalternos.
Policiais e militares se rebelaram devido a uma lei que corta benefícios da categoria.
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