
14 de outubro de 2009 | 16h58
As delegações do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, e do líder de facto, Roberto Micheletti, chegaram a um acordo nesta quarta-feira, 14, sobre a resolução da crise política no país, inclusive sobre a volta ou não de Zelaya ao poder. As delegações não divulgaram o conteúdo do texto, que ainda deve ser aprovados por Micheletti e Zelaya.
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"Chegamos a um consenso sobre um texto único a respeito do ponto seis (que implica na volta de Zelaya ao poder), mas não posso falar do conteúdo do documento porque estaria descumprindo o compromisso e poderia minar as negociações com Micheletti", disse em uma entrevista coletiva Victor Meza, um dos negociadores de Zelaya.
"Agora mesmo me dirijo à embaixada do Brasil (onde Zelaya está refugiado). Esperamos ter uma resposta mais tarde", acrescentou. As comissões negociadores se reúnem desde a semana passada em busca de uma saída para a crise e asseguram ter encontrado acordos em todos os pontos do pacto de San José, proposto pelo presidente da Costa Rica, Oscar Arias.
Pouco depois do anúncio, o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), expressou "satisfação" pelo avanço nas negociações, e disse ter esperança de que a crise será resolvida, informou a agência France Presse.
Zelaya foi destituído do cargo por militares em cumprimento a uma ordem da Suprema Corte do país, em 28 de junho. A ação foi uma resposta à insistência do presidente em realizar um plebiscito para mudar a Constituição e permitir sua candidatura à reeleição. Zelaya foi preso em casa e levado a uma base aérea, onde embarcou para a Costa Rica.
Os deputados de Honduras nomearam Roberto Micheletti, líder do Congresso, como novo presidente do país. A ação foi classificada pela comunidade internacional como o primeiro golpe de Estado na América Central desde 1993, quando militares guatemaltecos derrubaram o presidente Jorge Serrano.
Mesmo com a pressão de países e entidades internacionais, como a OEA, o governo de facto hondurenho se recusava a restituir Zelaya ao cargo. O presidente deposto, então, retornou secretamente a Tegucigalpa no dia 21 de setembro, e se refugiou na Embaixada do Brasil.
As negociações continuaram baseadas no Pacto de San José. Formulada pelo presidente da Costa Rica, Oscar Arias, a proposta tem 12 pontos, dos quais oito tocam temas fundamentais e quatro dizem respeito a questões de procedimentos. Entre os pontos que faltavam ser acertados, está a volta de Zelaya ao poder em Honduras.
(Com Agência Estado e Associated Press)
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