Compra de armas é para reequipar países da América Latina

No Brasil, aquisições precisas cobrir 30 anos de defasagem; AL representa 3% dos gastos mundiais no setor

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As compras militares nos países da América Latina não são uma corrida às armas. Elas se limitam a um amplo processo de reequipamento, mas impressionam porque estão ocorrendo simultaneamente em vários países, movimentando contratos que tratam de bilhões - em qualquer moeda. São quase sempre compromissos de grande duração, como os acordos brasileiros para aquisição de submarinos, helicópteros pesados e caças de tecnologia avançada, destinados a estabelecer relacionamentos com fornecedores até o horizonte de 2040. São longos por envolver complexos programas de transferência de tecnologia e compensações comerciais.

 

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Há aquisições de prateleira, como as praticadas pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que elegeu a Rússia para formar parceria. Já gastou US$ 6,6 bilhões - US$ 2,2 bilhões só na semana passada - para receber supersônicos de ataque, tanques, helicópteros, fuzis, mísseis, radares e coisas menores, como capacetes com recursos eletrônicos para uso de equipes de forças especiais.

 

No caso do Brasil, as aquisições precisam cobrir acima de 30 anos de defasagem. Antes dos negócios fechados no dia 7, com a França, a Marinha só havia feito transações semelhantes nos anos 70. A última vez que a Aeronáutica incorporou caças de perfil semelhante aos que estão sendo analisados no programa F-X2 foi em 1972, na chegada dos MirageIII, na época, o estado da arte. Chile, Colômbia, Peru, Equador e, em escala menor, Argentina, além de El Salvador e República Dominicana, também cuidam de modernizar seus arsenais regulares. Estão gastando nisso, em conjunto, cerca de US$ 51 bilhões. É menos de 3% dos gastos mundiais no setor. E significa 72 horas das despesas das guerras americanas.

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