03 de dezembro de 2009 | 15h05
A decisão do Congresso de Honduras de não restituir o presidente Manuel Zelaya, deposto por um golpe de Estado no final de junho, não recebeu apoio dos países mais influentes no cenário internacional, já que reduz as alternativas para solucionar a crise política no país centro-americano.
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O Departamento de Estado dos EUA evitou comentar a decisão do Congresso e disse somente apoiar o Acordo Tegucigalpa-San Jose, firmado em outubro pelo presidente deposto e pelo governo de facto, liderado por Roberto Micheletti. "Os EUA continuam apoiando o acordo, que foi fundamentalmente negociado pelos hondurenhos para resolver um problema hondurenho", disse a porta-voz do Departamento, Joanne Moore.
A funcionária afirmou que o governo americano continuará "trabalhando com os hondurenhos e os parceiros internacionais para apoiar a completa execução (do pacto)".
Os EUA defenderam a restituição de Zelaya, com o objetivo de fomentar a reconciliação nacional em Honduras após a derrocada do governante em 28 de junho.
A União Europeia (UE) apontou que a decisão do Congresso complicará a crise política hondurenha. "A UE lamenta que o resultado das deliberações do Congresso hondurenho não pareçam que vão facilitar uma solução para a crise política no país", disse Lutz Güllner, porta-voz da chefe diplomática do bloco, Catherine Ashton, segundo a agência AFP.
As 27 nações que integram o bloco "exortam todas as partes a buscar uma solução para alcançar a reconciliação nacional e restabelecer a ordem constitucional e democrática no país, esperando que assumam sua completa responsabilidade ao respeito".
Gullner disse também que "é cedo demais" para especular sobre quaisquer atitudes da União Europeia possa ter a respeito do assunto e que o bloco segue "atentamente" os acontecimentos do país centro-americano.
O Congresso hondurenho, em sessão que durou mais de sete horas na quarta-feira, rejeitou a restituição de Manuel Zelaya. Dos 128 deputados que compõem o parlamento, 111 votaram contra o retorno do presidente deposto ao poder, enquanto 14 mostraram-se a favor e outros três não votaram.
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