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Congresso de Honduras depõe Zelaya e nomeia novo presidente

Chefe do Legislativo assume governo do país após presidente ter sido preso e deportado para a Costa Rica

Atualização:

O Congresso de Honduras destituiu na noite deste domingo, 28, o presidente Manuel Zelaya e nomeou o chefe do Legislativo, Roberto Micheletti, como novo mandatário do país. Horas antes, uma carta atribuída a Zelaya na qual ele renunciaria ao cargo foi lida no Parlamento. Da Costa Rica, para onde foi levado após ter sido preso pelo Exército nesta manhã, Zelaya  negou que tenha desistido do cargo e afirmou ser vítima de um golpe de Estado orquestrado pela oposição civil e militar.

 

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Os legisladores destituíram Zelaya pouco antes, com base em um relatório de uma comissão parlamentar que estabeleceu que este violou o ordenamento jurídico do país no processo para realizar hoje uma consulta popular para a eventual instalação de uma Assembleia Constituinte, o que não ocorreu. Deputados governistas e opositores asseguraram durante o debate prévio à escolha de Micheletti que o ocorrido hoje "não foi um golpe de Estado, mas uma substituição constitucional" e a aplicação "dos

princípios do Estado de direito".

 

No front diplomático, cresce a pressão para que o presidente, eleito democraticamente, seja reconduzido ao cargo. O embaixador dos EUA em Tegucigalpa, Hugo Llorens, disse que Zelaya é o único governante do país reconhecido pela Casa Branca, o que foi confirmado por funcionários de Washington. Segundo eles, Zelaya é o único governante democraticamente eleito e será o único a ser reconhecido pelso Estados Unidos.

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A OEA repudiou o golpe militar que destituiu, neste domingo, 28, o presidente de Honduras, Manuel Zelaya. O organismo internacional convocou uma sessão de emergência dos chanceleres americanos para determinar as ações que a instituição adotará contra os golpistas e o governo instalado em Tegucigalpa.

 

A resolução, que demorou cinco horas para ser redigida, foi aprovada por aclamação pelos embaixadores dos 34 Estados membros, que convocaram uma reunião de emergência logo após a expulsão e destituição do presidente hondurenho. Os ministros de Relações Exteriores se reunião em Washington na segunda-feira a partir das 16 horas.

 

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) expressou seu "firme apoio às instituições democráticas de Honduras e pediu a restituição a seus cargos, dos representantes democraticamente eleitos, dentre eles o presidente. Ban Ki-Moon disse que está "profundamente preocupado" com os acontecimentos recentes no país centro-americano e condena a prisão de Zelaya e seus colaboradores.

 

O Itamaraty divulgou nota em que condena de forma veemente"a retirada de Zelaya do Palácio Presidencial e sua condução para fora do país e defendeu a reposição "imediata e condicional" a suas funções. "Ações militares desse tipo configuram atentado à democracia enão condizem com o desenvolvimento político da região", acentua a nota.

 

Texto ampliado às 21h15

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