Congresso de Honduras lê carta de renúncia; presidente nega

Manuel Zelaya foi preso e expulso para a Costa Rica antes de plebiscito sobre reforma constitucional

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Por Efe
Atualização:

Os membros do Congresso de Honduras aceitaram neste domingo, 28, um pedido de renúncia atribuído ao presidente Manuel Zelaya, preso e expulso para a Costa Rica por soldados do exército na manhã de hoje. Do país vizinho, o presidente negou que tenha desistido do cargo e afirmou ser vítima de um golpe de Estado orquestrado pela oposição civil e militar. Hoje os hondurenhos decidiriam se junto com as eleições presidenciais de novembro, votariam também uma reforma constitucional.

link OEA, UE e países latino-americanos criticam golpeEm sessão extraordinária convocada após o sequestro de Zelaya, os deputados leram uma carta atribuída ao presidente na qual ele renunciava dada a situação política polarizada e a problemas de saúde."Devido a meus problemas graves de saúde que me impediram de exercer minha função, apresentou minha renúncia irrevogável à presidência junto com meu gabinete", diz o texto atribuído a Zelaya.Na Costa Rica, o presidente disse que o texto é totalmente falso e disse que nunca pretendeu renunciar. "Sou o presidente eleito pelo povo. Agora chego a conclusão que isto é uma conspiração. É um crime contra a democracia", disse Zelaya em San Jose, a capital costa-riquenha.  Ainda de acordo com o presidente, os militares invadiram o presidencial  a tiros para depô-lo. "Quase me matam esta manhã. Romperam as portas à bala, me ameaçam de morte e me apontam fuzis", afirmou. No Congresso, a carta foi lida pelo secretário José Alfredo Saavedra e o presidente do Legislativo, Roberto Micheletti, nomeou uma comissão para analisar o pedido de renúncia. Como o vice-presidente hondurenho, Elvin Santos, renunciou no ano passado, Micheletti assumiria a presidência caso Zelaya renunciasse. A vice-presidente do Congresso, Marcia Villeda disse que o que acontece em Honduras não é um golpe porque, segundo ela, Zelaya "violentou a constituição. O referendo de hoje foi considerado ilegal pelo Legislativo e pelo Judiciário do país, que também apoiou a ação do Exército. "A origem das ações de hoje estão baseadas em uma ordem expedida por um juiz competente e têm amparo legal", diz o Tribunal Superior em comunicado.

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