Veja também:Cronologia: Entenda a crise política
Especial: O impasse em Honduras
Ficha técnica: Honduras, um país pobre e dependente dos EUA Eleito pela direita, Zelaya fez governo à esquerda em Honduras
Porfírio "Pepe" Lobo, faixa preta de Tae Kwon Do, concorre pela segunda vez à presidência e aparece como favorito nas pesquisas. Derrotado por Zelaya nas eleições de 2005, tem origens semelhantes às do presidente deposto: é um grande fazendeiro e cresceu em Olancho, onde nasceu Zelaya. Lobo diz que é amigo de Zelaya, mas tratou de se manter distante da crise política e defende o processo eleitoral para acabar com a crise. Segundo ele, o pleito já estava programado antes do golpe de Estado. Como Micheletti, passou anos como deputado no Congresso unicameral e já foi presidente do mesmo. Analistas apontam que suas propostas de introduzir a pena de morte e lutar com medidas mais duras contra a delinquência foram as principais causas de sua derrota para Zelaya em 2005. Desta vez, Lobo baseou sua campanha presidencial na luta contra o crime e a melhora dos salários. Seu plano de governo é fundamentado em medidas para o crescimento econômico e a geração de emprego, além de iniciativas para reduzir a pobreza. O candidato opositor também aposta em fortalecer a educação e a saúde, consolidar o investimento social e garantir a segurança mediante o combate da delinquência e o fortalecimento de instituições como a Polícia Nacional e o Ministério Público. Durante seu discurso de encerramento de campanha, Lobo deixou claro que não aceitará imposições estrangeiras, referindo-se à crise política. | Elvin Ernesto Santos foi vice-presidente de Zelaya e renunciou em 2008 para concorrer à Chefia do Estado este ano. Engenheiro civil educado no Texas, liderava as pesquisas de intenção de voto antes do golpe de Estado. Porém, foi prejudicado pelo conflito entre Zelaya e Micheletti. Empresário do setor da construção, conquistou a chance de concorrer à Presidência de Honduras após derrotar, nas eleições internas de 2008 do Partido Liberal, o então chefe do Parlamento Roberto Micheletti, que assumiu o governo interino do país. Possivelmente, ele seria agora o governante hondurenho se não tivesse renunciado como vice-presidente. Quando Zelaya foi derrubado e substituído por Micheletti, em 28 de junho, Santos já se consolidava como principal líder de seu partido, e para essas eleições encara como maior problema a divisão interna surgida após o golpe de Estado. Assim como Micheletti, Santos criticou a aliança do governo zelaysta com o venezuelano Hugo Chávez, mas existem versões de que ambos tiveram problemas pessoais que também contribuíram para o distanciamento. Assim como Lobo, Santos concorda que as eleições são o caminho para acabar com o impasse político e pediu para que a comunidade internacional reconheça o resultado do pleito. Santos, um dos políticos mais jovens de Honduras, defendeu um programa de governo baseado no combate à pobreza no país, um dos mais empobrecidos do continente. Porém, não está claro como ele conseguiria cumprir sua meta, principalmente depois do congelamento da ajuda internacional. Entre suas propostas, Santos defende uma estratégia de segurança integral e com "impunidade zero", o fortalecimento do setor produtivo e de serviços, o apoio ao desenvolvimento integral do cidadão e a família, e a melhora gestão pública. |