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Corina acusa chavismo de prender opositores para deter protestos

Deputada se encontra com Alckmin em São Paulo e diz que há risco de ser presa após cassação

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Por Luiz Raatz
Atualização:

(Atualizada às 12h01)

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A deputada opositora venezuelana María Corina Machado disse nesta sexta-feira, 4, após reunião com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que teme ser presa após sua cassação e acusou o governo chavista de tentar desmobilizar a oposição venezuelana ao deter os líderes dos protestos contra o presidente Nicolás Maduro.

"Esse risco (de ser presa) existe. Recebo ameaças todos os dias", disse Maria Corina em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes. "Prenderam Leopoldo López e mais dois prefeitos. Eles acham que vão conseguir com isso nos desmobilizar e nos dividir."

O mandato de Corina foi cassado por determinação do presidente da Assembleia Nacional, o chavista Diosdado Cabello. A cassação sumária aconteceu após a deputada ter aceitado ser uma representante "extraoficial" do governo panamenho. As relações entre Panamá e Venezuela se deterioraram após acusações feitas pelo presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de que o governo panamenho estaria atuando em uma conspiração para apeá-lo do poder.

Segundo os chavistas, a decisão de Corina feriu o artigo 191 da Constituição, que impede parlamentares de ocuparem outros postos de trabalho ou representação sem solicitarem autorização.

"Estão me acusando de trair a pátria. Me acusam de terrorismo, de homicídio.  O capitão Cabello não pode me proibir de entrar na Assembleia Nacional. Continuo deputada até o fim do julgamento no TSJ", disse Corina em entrevista coletiva após o encontro com o governador. "Ontem, em Brasília, alguns senadores lembraram que o que ocorreu comigo também aconteceu com parlamentares brasileiros durante a ditadura.

Apoio. A deputada agradeceu ao governador paulista por recebê-la. "É uma alegria poder contar com respaldo valioso ao povo venezuelano dos democratas da região", afirmou. "O governador está muito bem informado sobre as violações brutais de direitos humanos na Venezuela".

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Em um breve pronunciamento e sem responder a perguntas da imprensa, Alckmin disse que a deputada é uma legítima representante do povo venezuelano e que não existe democracia sem oposição e respeito aos direitos humanos.

"Num momento em que o Brasil se lembra dos 50 anos do golpe militar, transmitimos admiração à sua luta", disse Alckmin.


 

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