
24 de abril de 2009 | 12h17
Correa espera abrir com seu triunfo um novo ciclo político-econômico em um dos países mais pobres da América do Sul, implementando uma nova carta magna que, aprovada no ano passado, o converteu no presidente mais poderoso dos 30 anos de democracia na nação rica em petróleo.
Mas seus planos de dar mais poder econômico ao Estado e avançar em profundas reformas institucionais podem ruir se a queda dos preços do petróleo e a diminuição das exportações afetarem seus programas sociais, base de sua alta popularidade em um país no qual nenhum presidente finalizou o seu mandato na última década.
Ainda que pesquisas prevejam sua vitória, o carismático economista também busca fazer com que seu partido obtenha maioria absoluta no legislativo, que foi fonte de constantes crises políticas no passado.
"Cumprimos a palavra, estamos trabalhando para que todos sejam iguais. Conosco, primeiro vêm os pobres, e queremos seguir com essa mudança", afirmou Correa no encerramento de sua campanha, em Guayaquil, onde pedia com voz rouca, a milhares de seguidores, que apoiem sua reeleição.
Após dois anos no cargo e quatro triunfos consecutivos nas urnas, Correa conseguiu superar seus três antecessores, que foram caíram em meio a protestos.
Contudo, a fraca oposição denuncia que o presidente está desperdiçando recursos do país com medidas populistas para cumprir suas vontades políticas.
A bonança com o petróleo nos últimos anos permitiu a Correa reforçar os gastos públicos para construir escolas, modernizar hospitais e melhorar as vias públicas, assegurando que nem sua ideologia, nem a crise global poriam fim à dolarização.
Mas analistas advertem que as quantias são preocupantes e que a diminuição dos ingressos de recursos obrigou o menor membro da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) a consumir metade de suas reservas, enquanto o dólar limita a margem de manobra para lidar com a difícil situação.
As últimas pesquisas apontaram que Correa pode obter mais de 50 por cento dos votos nas eleições de domingo, conseguindo o apoio de quem tem "terror do passado", marcado por décadas de recorrentes crises econômicas e políticas, e culpa por isso as elites tradicionais "corruptas".
Carregando a bandeira do "socialismo do século 21", Correa seguiu a esteira da geração presidentes esquerdistas que, liderados pelo venezuelano Hugo Chávez, intimidaram opositores e cativaram camadas humildes com uma agressiva retórica antimercado e promessas de justiça social.
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