O presidente do Equador, Rafael Correa, afirmou que responderá militarmente à Colômbia se o país voltar a agredir o Estado equatoriano como ocorreu em 1º de março de 2008, quando militares colombianos atravessaram sem permissão a fronteira em uma ação contra as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
"Se a Colômbia nos agredir novamente, a resposta será militar", disse Correa em entrevista na televisão local - na noite de domingo, 26 - ao ser questionado sobre se acredita que existe algum risco de atrito de caráter militar com o país vizinho.
"Eu não permitirei um ultraje ao território pátrio como o que ocorreu em 1º de março de 2008 em Angostura", acrescentou, fazendo alusão ao bombardeio a essa região equatoriana onde as Farc tinham instalado um acampamento.
Correa disse que a violação da fronteira foi um ataque à soberania equatoriana e, por isso, em 3 de março de 2008, decidiu romper relações diplomáticas com o colombiano, situação que perdura até hoje.
No ataque morreram pelo menos 26 pessoas, entre elas o porta-voz internacional das Farc, "Raúl Reyes", além de um equatoriano e quatro estudantes mexicanos.
Correa disse que não vê outra saída a uma eventual ação da Colômbia, porque em 1º março 2008 se recorreu aos mecanismos diplomáticos e à Organização dos Estados Americanos (OEA). "A Colômbia foi totalmente condenada, mas seguem com essas posições", afirmou o dirigente equatoriano.
"Se voltarem a nos atacar, certamente a resposta será militar", ressaltou, antes de acrescentar que o país vizinho "bombardeou com bombas inteligentes". Ele afirmou ainda que a Colômbia deveria ter informado o Equador sobre a presença do acampamento das Farc em Angostura para que as autoridades equatorianas agissem.
Correa insistiu em que seu governo foi um dos mais firmes contra os grupos irregulares da Colômbia e reiterou que não compartilha as práticas das Farc.O chefe de Estado ressaltou que deu às forças da ordem a ordem de "repelir qualquer incursão de forças regulares ou irregulares estrangeiras".
Para Correa, a possibilidade de o ex-ministro da Defesa Juan Manuel Santos se candidatar à Presidência da Colômbia seria uma dificuldade para a região, sobretudo, acrescentou, "se seguir com sua prepotência, arrogância, suas ofensas ao Equador, ao governo e ao povo equatoriano".