Corte da Colômbia suspende acordo militar com EUA

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Por LUIS JAIME ACOSTA
Atualização:

A Corte Constitucional da Colômbia suspendeu nesta terça-feira a vigência de um acordo militar com os Estados Unidos e o devolveu ao presidente para que tramite sua aprovação no Congresso, informou o tribunal. Os dois países assinaram no fim de outubro de 2009 um polêmico acordo que permitia por 10 anos o acesso de militares norte-americanos a sete bases colombianas para realizar operações contra o narcotráfico e o terrorismo, o que enfureceu vários governos de esquerda da região. Para a corte, o tratado não pode entrar em vigência até que se cumpra o trâmite de aprovação no Congresso. "A corte considerou que ao não ser aprovado mediante lei, o acordo complementar não pode ter efeito na ordem jurídica interna na Colômbia até que satisfaça essa exigência", explicou o presidente do tribunal, o magistrado Mauricio González. A assinatura do acordo foi o estopim para que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ordenasse o congelamento do comércio com a Colômbia em 2009, ao considerar que a presença de militares dos Estados Unidos nas bases deste país representaria uma ameaça à soberania venezuelana. O mandatário, o mais forte crítico dos Estados Unidos na região, denunciou planos de Washington para invadir seu país a partir do território colombiano e frear sua revolução socialista. Colômbia e Venezuela restabeleceram há uma semana suas relações diplomáticas, depois que Chávez as suspendeu em julho por denúncias de Bogotá de que líderes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) estariam abrigados em seu país com a tolerância do governo de Caracas. Os Estados Unidos são o principal aliado da Colômbia na luta contra o narcoterrorismo e os grupos armados ilegais vinculados a essa atividade ilícita.

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