31 de julho de 2009 | 08h26
O presidente de Cuba, Raúl Castro, adiou a realização do primeiro Congresso do Partido Comunista em 12 anos, atrasando uma reunião que determinaria o rumo do sistema e decidiria se Fidel continuará como chefe da única força política da ilha. O objetivo do evento seria traçar os planos para o futuro de Cuba. No entanto, o Comitê Central do Partido Comunista determinou que primeiro é preciso tentar tirar a economia do arquipélago de uma crise "muito séria",
Segundo informou a imprensa estatal, a decisão foi tomada em uma reunião do Comitê Central do partido, realizada na quarta-feira. Não há uma nova data para a realização do congresso, informou o jornal oficial Granma.
Raúl Castro afirmou que o Congresso analisaria a situação da economia, as conquistas e as questões pendentes no sistema adotado na ilha após a revolução liderada pelo seu irmão Fidel em 1959. "O mais provável é que, pela lei da vida, seja o último que encabeçará a direção histórica da Revolução", afirmou.
Cuba atravessa uma das conjunturas econômicas mais graves do atual regime, que completou 50 anos em janeiro passado, devido às repercussões da crise financeira global e aos estragos de US$ 10 bilhões deixados em 2008 por três furacões que castigaram a ilha. Havana revisou a projeção de crescimento do país em 2009 de 2,5% para 1,7%, mas inclui nos cálculos o dinheiro empregado pelo governo em saúde pública e serviços sociais.
O Congresso pode encerrar a sucessão de poder entre os irmãos Castro, iniciada há três anos com a doença de Fidel. O último congresso do PCC, descrito pela Constituição como a "força diretora" da sociedade cubana, foi realizado em outubro de 1997.
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