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Cristina Kirchner lidera eleições primárias da Argentina

Por NICOLÁS MISCULIN E GUIDO NEJAMKIS
Atualização:

A presidente Cristina Kirchner confirmou sua liderança na corrida eleitoral da Argentina para obter esmagadores 50 por cento dos votos nas primárias de domingo, resultado que a coloca como favorita para vencer um novo mandato nas votações de outubro. Em um distante segundo lugar ficou o deputado social-democrata Ricardo Alfonsín e o opositor peronista e ex-presidente Eduardo Duhalde, com 12,1 por cento dos votos cada, segundo uma lenta apuração que na manhã de segunda-feira havia computado 96,8 por cento dos votos. O bom resultado obtido pela presidente, junto com o fragmentado voto opositor, abre caminho para que o partido governista peronista -- que prometeu aprofundar suas políticas intervencionistas -- vença um novo mandato de quatro anos nas eleições de outubro sem a necessidade de um segundo turno, segundo analistas. "Com quase 50 por cento dos votos (Kirchner) caminha para vencer o primeiro turno. Além disso, o cenário da oposição é muito complexo. Parece difícil, com tanta paridade, que algum dirigente da oposição possa concentrar o voto anti-Kirchner (anti-governo)", disse à Reuters Mariel Fornoni, diretora da consultora Management & Fit. Kirchner, de 58 anos, venceu a votação em 23 das 24 unidades federativas da Argentina, obtendo vantagem tanto nas grandes cidades como nos distritos com muitos eleitores rurais. Este resultado mostra "a recuperação dos votos de setores médios e de pequenos e médios produtores agropecuários", disse o sociólogo Artemio López, da consultora Equis. Grande parte da classe média do país havia dado as costas para Kirchner nas eleições de 2009. E o poderoso setor agrícola, pilar da economia local, havia se rebelado contra seu governo em 2008, quando resistiu com greves e mobilizações à alta dos impostos.

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