A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, confirmou nesta quarta-feira, 03, a destituição do economista Martín Redrado como titular do Banco Central por se negar a usar reservas monetárias para pagar dívidas, e nomeou para o cargo a atual presidente do estatal Banco da Nação argentina, Mercedes Marcó del Pont, sua amiga pessoal, a quem elogiou sua gestão frente a entidade.
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Em coletiva de imprensa, a mandatária anunciou que decidiu firmar a decisão "pela qual se confirma a remoção efetuada pelo decreto anterior" a renúncia de Redrado, no último dia 7 de janeiro.
A governante reiterou que Redrado foi removido de seu cargo por "má conduta e não cumprimento dos deveres de funcionário público".
Kirchner confirmou a remoção de Redrado no mesmo dia em que uma comissão parlamentar havia fechado um conselho não vinculante a favor da destituição do economista.
Depois de três semanas de resistência na cadeira do BC graças a uma ordem judicial que o repôs no cargo, Redrado anunciou na última sexta-feira sua renúncia, mas o governo não a aceitou, alegando que estava em andamento um processo de consulta ao Parlamento.
A presidente destacou que a decisão da comissão parlamentar foi "por maioria, aconselhando a remoção do presidente do Banco Central". "Ou seja, fizemos hoje o que já havíamos feito faz um mês", disse a governante, que reconheceu que a polêmica suscitada nas últimas semanas, com suas derivações políticas e judiciais, traz um "custo para a imagem do país".
Kirchner também anunciou que criará um "conselho econômico" cujas funções não precisou, e que será integrado pelo titular do Banco Central e o ministro de Economia, com um "modelo similar ao que existe no Brasil e no Chile".