
16 de setembro de 2010 | 17h37
HAVANA- o governo de Cuba publicou uma lista de 19 iniciativas concretas que o presidente Barack Obama poderia tomar de forma executiva para melhorar as relações com a ilha, segundo um relatório enviado a ONU divulgado nesta quinta-feira, 16.
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O documento recorda algumas das sanções americanas contra Cuba em 50 anos e exemplifica decisões de aproximação que Obama pode fazer usando suas faculdades constitucionais sem precisar passar pelo Congresso.
O presidente poderia expandir as categorias de viagens para desenvolver o intercâmbio entre os povos e eliminar os limites de gastos que os cidadãos americanos podem fazer no país, atualmente de US$ 179 ao dia, diz o texto que será avaliado pela ONU.
Obama também poderia permitir que seus cidadãos usem cartões de crédito, débito e cheques em Cuba, assim como autorizar que os barcos de países terceiros que aportem na ilha possam fazê-lo nos EUA sem ter de esperar os 180 dias impostos pelas sanções.
Outra medida que o presidente poderia tomar seria excluir Cuba da lista de países que patrocinam o terrorismo e permitir que navios que trazem alimentos dos EUA - uma das poucas exceções ao embargo - possam também carregar mercadorias da ilha ruma a outro país.
O chanceler cubano Bruno Rodríguez disse que após dois anos de sua declaração inicial de conseguir um novo começo com a ilha, Obama não realizou nenhum gesto de aproximação nem mudou a política de embargo de 50 anos.
"É uma ilusão dizer que o presidente dos Estados Unidos tem as mãos atadas e que só o Congresso norte-americano poderia modificar a aplicação do bloqueio a Cuba", afirmou.
Em Washington, o porta-voz do Departamento de Estado, Mark Toner, declarou que "continuamos comprometidos com as políticas que defendam os interesses nacionais dos Estados Unidos e que respaldem o povo cubano em decidir seu futuro em liberdade".
O governo de Cuba estimou em US$ 751 bilhões os danos causados pelas sanções em sua economia desde 1961 a dezembro de 2009. A cifra foi atualizada com a taxa de inflação internacional nas cinco décadas, explicou Rodríguez.
O informe será avaliado pela ONU e colocado para análise dos países membro em outubro. Trata-se da décima nona apresentação anual. Em todas as ocasiões anteriores, os países votaram contra o embargo.
As sanções foram impostas no começo da década de 60 como resposta a expropriação de empresas americanas pela revolução cubana.
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