Cuba melhora conexão à Internet, mas prioriza 'uso social'

PUBLICIDADE

Atualização:

Cuba aumentou em 10 por cento sua conectividade à Internet em dezembro, mas um futuro cabo de fibra óptica até a Venezuela não significará uma ampliação do uso da rede no país, disse uma fonte oficial nesta quinta-feira. Ramón Linares, vice-ministro de Informática e Comunicações, disse ao jornal Juventud Rebelde que a ilha continuará melhorando os serviços de telecomunicações, mas manterá "a estratégia de privilegiar os acessos coletivos." Segundo ele, a entrada em funcionamento da fibra óptica Venezuela-Cuba "proporcionará uma maior qualidade nas infocomunicações, não significará necessariamente uma extensão das mesmas." O governo da Venezuela, maior aliado econômico de Cuba e patrocinador do projeto, prevê que o cabo de 1.600 quilômetros deverá funcionar em 2011, com capacidade para 640 gigabytes, o que multiplicará por 3.000 a capacidade de conexão da ilha com o exterior. Os 10 por cento conquistados em dezembro se referem a um aumento da capacidade de conexão por satélite, com uma velocidade de 209 megabytes de saída e 379 de entrada, segundo o Juventud Rebelde. "Esse aumento, no entanto, ainda é insuficiente para as necessidades de desenvolvimento no país no setor informático. A conexão por satélite, imposta ao país pela política de bloqueio dos Estados Unidos, torna lentas as velocidades de conexão", acrescentou. Cuba acessa a Internet por satélite desde 1996, e afirma que o bloqueio econômico dos EUA lhe impede de se conectar aos 12 pontos da rede internacional que cerca o país, administrados por empresas norte-americanas. Segundo Linares, as dificuldades de acesso do país são tecnológicas e financeiras e, por isso, o governo "continuará priorizando o uso social das novas tecnologias, inclusive a conexão com a Internet." O uso da Internet é restrito em Cuba. Em suas casas, a maioria dos cubanos não pode contratar um serviço de Internet, reservado só a um grupo de profissionais. O governo, em troca, enfoca sua utilização em escolas, universidades, centro culturais e científicos e outros estabelecimentos desse tipo. Havana não divulgou sua resposta a um pacote de medidas lançado em setembro pelos EUA para flexibilizar o embargo, entre as quais uma autorização para que empresas norte-americanas de telecomunicações aceitem prestar serviços diretamente a entidades da ilha. (Reportagem de Nelson Acosta)

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.