Damas de Branco terminam sete dias de protestos em Cuba

Passeata foi novamente reprimida por policiais e agentes do Ministério do Interior

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Atualização:

Partidários do regime seguram bandeira de Cuba enquanto Damas de Branco protestam

 

Efe

 

HAVANA- As Damas de Branco terminaram neste domingo, 21, sete dias consecutivos de protestos na capital de Cuba pelo sétimo aniversário da chamada "Primavera Negra" de 2003, quando foram condenados a longas penas de prisão 75 opositores familiares que eram seus irmãos, maridos e filhos.

 

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Como nos seis dias anteriores, as dissidentes foram cercadas por policiais e agentes do Ministério do Interior, além de serem acossadas e insultadas por uma contramanifestação de centenas de partidários do regime liderado há 51 anos pelos irmãos Fidel e Raúl Castro.

 

Mais de 50 familiares de presos políticos, vestidas de branco, assistiram a uma missa na Igreja Católica de Santa Rita, como fazem todos os domingos há sete anos, e depois percorreram vários quilômetros até a sede do Parlamento cubano.

 

53 dos 75 condenados em 2003 continuam presos, acusados de serem "mercenários" dos Estados Unidos.

 

Partidários do regime gritaram "vivas" ao presidente cubano, general Raúl Castro, e a seu antecessor e irmão mais velho, Fidel, ainda primeiro-secretário do governante Partido Comunista, e repetiram palavras de ordem e insultos como "que vão embora", "mercenárias", "mentirosas" e "vermes".

 

Laura Pollán, porta-voz das Damas de Branco, assegurou aos jornalistas presentes que em seus protestos são rodeadas por cordões de "tropas paramilitares", mais do que para protegê-las, "para que o povo não se some a elas".

 

O grupo, que recebeu em 2005 o Prêmio Sajarov do Parlamento Europeu, esteve quase todo o caminho em silêncio, mas às vezes gritava "liberdade" e "Zapata vive", em referência ao opositor Orlando Zapata, morto em fevereiro após uma greve de fome na prisão de 85 dias.

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Da mesma forma que nos dias anteriores, na marcha deste domingo estava Reyna Tamayo, mãe de Zapata, considerado "preso de consciência" pela Anistia Internacional.

 

A manifestação retornava ao ponto de saída quando os governistas obrigaram as mulheres a entrar em um ônibus.

 

Ao contrário da quarta-feira, quando foram forçadas a subir a empurrões em dois ônibus e várias ficaram feridas, hoje as dissidentes não se negaram a entrar no veículo.

 

Policiais e agentes da segurança estatal detiveram durante os sete dias de protestos vários homens que tentaram apoiar as Damas de Branco, mas a maioria foi libertada poucas horas depois, segundo fontes opositoras.

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