Dean ameaça Jamaica e governo impõe toque de recolher

Kingston pede que moradores de áreas com risco de enchente busquem abrigo; tormenta já causou oito mortes

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Por Efe e Reuters
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A Jamaica declarou toque de recolher, enquanto tropas patrulhavam as ruas no domingo, com a chegada do furacão Dean, que já matou cinco pessoas em seu trajeto pelo Caribe. Moradores estocaram suprimentos de emergência e turistas lotaram aeroportos caribenhos no momento em que o furacão dirigia-se para a Jamaica como tempestade de categoria 4, a segunda mais alta da escala Saffir-Simpson, que vai até 5. A polícia e soldados da Jamaica patrulhavam a capital, Kingston, para evitar saques. O governo declarou toque de recolher de 48 horas nas áreas industriais e levou pessoas para centros de desabrigados. Mais cedo foram decretados alertas de furacão nas Ilhas Cayman e alertas de tempestade tropical em partes do Haiti, da República Dominicana e de Cuba. O Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos disse que o centro do Dean estava a cerca de 480 quilômetros de Kingston às 3h (horário de Brasília) e deveria chegar perto da Jamaica, ou até chegar ao país, neste domingo com força perigosa. O Dean pode elevar-se para a categoria 5 antes de chegar às Ilhas Cayman, em dois dias, com ventos de mais de 250 quilômetros por hora. Esta é a primeira vez que um furacão deve chegar com força acima da média da temporada de 2007 de tempestades no Atlântico. Precauções Milhões de pessoas preparam-se para o furacão em algumas das áreas mais povoadas do Caribe. O governo da Jamaica exortou a população a deixar as regiões baixas e expostas a risco de deslizamentos de terra. Foram convocados ônibus para o transporte das pessoas retiradas e os soldados foram colocados em alerta. Há filas nos postos de gasolina e supermercados, onde as pessoas compram pilhas, lanternas, atum em lata, arroz e água. A campanha para as eleições de 27 de agosto foram suspensas. Autoridades na República Dominicana, onde o furacão provocou ondas de 5,5 metros de altura nas praias do sul, informou de início que havia três mortos, mas depois reduziu o número para dois. Segundo as autoridades, uma pessoa de 16 anos de idade foi levada pelas ondas para o mar. O Serviço Meteorológico Nacional (SMN) mexicano prevê que o furacão Dean atingirá em dois dias "o litoral de Quintana Roo (no México) com categoria cinco", a máxima na escala Saffir-Simpson. "Seria na terça-feira, na madrugada", disse o meteorologista Jaime Albarrán, do SMN, que está à espera da evolução dos diferentes modelos meteorológicos nas bacias do Atlântico para analisar os movimentos do Dean. "Para ter uma referência, é o primeiro nas últimas três décadas com essa categoria (5) a chegar ao México em agosto", acrescentou Albarrán. O especialista não quis dar uma porcentagem de possibilidades do Dean finalmente chegar ao México, mas disse que "o mais provável" é que faça isso dentro de dois dias. O Wilma, que assolou a península de Iucatã em outubro de 2005, chegou a ter categoria cinco sobre o Caribe e o Golfo do México, mas, quando entrou, era um furacão de nível quatro. Outros furacões devastadores para essa zona do Caribe mexicano, onde se concentram alguns dos principais destinos de sol e praia do país, que nestes dias estão cheios de turistas, foram Isidore - que atingiu em setembro de 2002, quando deixou oito mortos e cerca de dez pescadores desaparecidos - e Emily - que passou em julho de 2005. Dados apresentados neste sábado pelas autoridades de Quintana Roo, que junto ao estado de Iucatã está em "alerta amarelo" (perigo moderado), indicam que haveria cerca de 80.000 turistas na região.

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