Denúncia de estupro contra presidente do Paraguai é descartada

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A mulher que teve um romance com o presidente do Paraguai, Fernando Lugo, quando ele ainda era bispo da Igreja Católica afirmou nesta terça-feira à promotoria que a relação começou quando ela tinha 23 anos, o que descarta uma denúncia de estupro contra o presidente. Viviana Carrillo foi à sede do Ministério Público em sua primeira aparição desde que o presidente admitiu, há duas semanas, a relação, fruto da qual nasceu um filho que daqui alguns dias completará dois anos. O presidente reconheceu o menino, que já leva o seu sobrenome, logo que tornou-se pública a ação judicial por filiação que Viviana finalmente descartou. No documento, a mulher relatava que a relação havia se iniciado quando ela tinha 16 anos, o que motivou a denúncia feita há alguns dias pela senadora Lilian Samaniego, presidente do partido de oposição, Partido Colorado. No Paraguai, a idade de consentimento para relações sexuais é 17 anos, e as leis punem o adulto que cometer o delito de estupro. "Aos 23 anos eu comecei a relação", declarou Viviana Carrillo a jornalistas ao sair de uma audiência em Assunção, na companhia do advogado do presidente, Marcos Fariña, que leva adiante outras duas denúncias de filiação. Ela acrescentou que não espera ser a primeira-dama, mas sim uma boa mãe, após questionada sobre a possibilidade de vir a se casar com o ex-bispo, e que se sentia magoada ao saber de outras denúncias das mulheres que asseguram ter tido filhos com o presidente. Após a audiência em que Viviana garantiu que conheceu Lugo quando tinha 16 anos, mas que só teve relações sexuais com ele sete anos depois, a procuradora encarregada do caso, Nancy Salomón, descartou a denúncia. O presidente abalou o país ao reconhecer que teve um filho quando era bispo católico, uma revelação que fez cair a sua imagem de governante honrado, mas que não teria maiores consequências políticas ao seu governo, segundo analistas. Outra jovem de 27 anos pediu que o presidente reconhecesse um menino de seis anos que vive praticamente na pobreza, enquanto uma mulher de 39 anos anunciou que entraria com um pedido de reconhecimento de uma criança de 1 ano e 4 meses. (Reportagem de Daniela Desantis)

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