Deputados chilenos acusam Chávez de 'boicotar' cúpula

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Os deputados chilenos aprovaram um projeto de acordo em que acusam o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de "boicotar" com suas declarações a recente Cúpula Ibero-Americana, em Santiago. Na declaração, assinada na quarta-feira, os parlamentares decidem pedir à presidente Michelle Bachelet "o repúdio oficial à atuação do presidente da Venezuela" na cúpula, que aconteceu entre 8 e 10 de novembro. O secretário-geral da Presidência e principal elo entre o governo e o Legislativo, José Antonio Viera-Gallo, disse na quinta-feira que o Congresso "é livre para expressar sua opinião", mas assegurou que isso não compromete a presidente. A cúpula foi marcada por Chávez, principalmente depois que o rei Juan Carlos, da Espanha, mandou o venezuelano calar a boca quando ele tentava interromper o premiê espanhol, José Luis Rodríguez Zapatero. Em suas intervenções na cúpula, Chávez chamou o ex-premiê espanhol José María Aznar de um "verdadeiro fascista". Zapatero pediu respeito a Aznar, um ex-governante democraticamente eleito. A decisão dos parlamentares chilenos afirma que a atitude de Chávez teve como objetivo boicotar o tema da reunião, a coesão social. O texto, aprovado por 53 votos a 11, com 8 abstenções, acusou Chávez de "intervir indevidamente em assuntos bilaterais que só competem ao Chile e à Bolívia", numa alusão à reivindicação boliviana de obter uma saída para o mar. Os esforços para "maximizar os frutos da recente cúpula foram grosseiramente ofuscados pela atuação do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, junto com os chefes de Estado de Cuba e Nicarágua", informou o documento. (Reportagem de Rodrigo Martínez e Pav Jordan)

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