A poucas horas do fim do prazo dado para a formação de um governo de unidade nacional em Honduras, deputados leais ao presidente deposto, Manuel Zelaya, buscam apoio no Congresso para começar a sessão que deve decidir sobre a restituição dele. Do lado de fora do Parlamento, centenas de seguidores do líder deposto se reuniram para pedir o seu retorno ao poder.
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O Congresso espera decisão da Suprema Corte para analisar se convoca a sessão que pode restituir Zelaya. Apesar disso, deputados leais ao presidente deposto negociam uma maioria simples na Câmara para convocar a sessão. O Partido Liberal, que apoiava Zelaya, tem 62 cadeiras no parlamento, mas está dividido entre o presidente deposto e o governo de facto. O Partido Nacional, de oposição, ainda não tomou uma decisão.
"Somos 36 liberais e seis da união democrática. Estamos negociando com outros partidos, inclusive o Nacional", disse o deputado Javier Hall a uma rádio local. O Congresso hondurenho tem 128 deputados.
O acordo assinado na semana passada com ajuda dos EUA previa que Zelaya e o governo de facto de Roberto Micheletti tinham até hoje para chegar a um acordo sobre o governo de união. Zelaya diz que abandonará o governo de união se não for restituído ao cargo. Negociadores de ambos os lados dizem que há avanços, mas ainda não anunciaram nenhuma decisão.
"Estamos revisando alguns nomes. Espero que seja um esforço produtivo para garantir a tranquilidade do povo hondurenho", disse Arturo Corrales, representante do presidente de facto, Roberto Micheletti.
Jorge Reina, negociador de Zelaya, disse que os dois lados avançaram, mas não deu detalhes sobre se o prazo seria respeitado. Em entrevista à rede de TV venezuelana Telesur, Zelaya disse que falta ao Congresso vontade política para cumprir os acordos.