
29 de junho de 2009 | 16h22
O governo sofreu uma dura derrota eleitoral no domingo nas eleições legislativas, na qual Nestor Kirchner, ex-presidente (2003-2007) e marido de Cristina, se candidatou na província de Buenos Aires, o distrito mais importante do país.
O vice-presidente Julio Cobos deve buscar a presidência após uma vitória contundente em Mendoza, sua província natal.
Cobos chegou ao governo integrando uma coalizão governista, mas passou à oposição após uma disputa com a presidente Cristina Kirchner por causa de uma iniciativa fracassada que buscava aumentar os impostos sobre a exportação de grãos.
O voto decisivo de Cobos no Senado derrubou a iniciativa governista em julho de 2008 e imediatamente lançou sua figura entre a classe média e o setor agropecuário do país.
"Sempre disse que (ganhar essas eleições) era um passo necessário, não suficiente. É preciso ver como evolui o país e no momento em que as circunstâncias assim o permitam será feita a avaliação", disse Cobos a jornalistas sobre o possível lançamento de sua candidatura presidencial.
"É preciso conseguir mais do que um triunfo em Mendoza, contar com um apoio de diversos setores políticos. Deixaremos isso fluir e obviamente estaremos dispostos a tomar parte de um projeto nacional", acrescentou.
MAIS PRÉ-CANDIDATOS
O triunfo contundente do opositor PRO na cidade de Buenos Aires e a vitória do empresário Francisco de Narváez - aliado desse grupo - na província de Buenos Aires frente a Nestor Kirchner favorecem a candidatura de Mauricio Macri, prefeito da capital.
"Claramente é uma mensagem contundente. Espero que o oficialismo saiba analisar e a partir dela refletir", disse Macri na segunda-feira, quando admitiu sua possível candidatura para as eleições presidenciais de 2011.
Na província central de Santa Fé, segundo a contagem oficial parcial, o peronista dissidente Carlos Reutemann superava por uma pequena margem o socialista Rubén Giustiniani, que é apoiado pelo governador Hermes Binner, outro provável candidato à Presidência.
Reutemann, um ex-piloto de Fórmula 1, garantiu que se ganhasse as eleições locais mesmo apenas por um voto iria se apresentar como candidato para as eleições presidenciais.
A derrota do governo - os candidatos da situação perderam por ampla margem em outros distritos-chave do país - deve complicar as possibilidades de Cristina ou de Néstor Kirchner buscarem um novo mandato em 2011.
O panorama parece sombrio para Daniel Scioli, atual governador da província de Buenos Aires e candidato a deputado nesse distrito junto com Kirchner, embora também apresente possibilidades, segundo analistas.
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