
21 de setembro de 2008 | 17h28
As negociações para superar a crise política se complicaram neste domingo, 21, na Bolívia. Enquanto governadores opositores se negam a firmar um primeiro acordo, o governo federal insiste em assiná-lo de imediato. A disputa se deu na quarta sessão de reuniões para colocar um fim à crise que polariza a Bolívia e leva o país à beira do caos. Protestos já deixaram 20 mortos nas últimas semanas. Veja também: Evo nomeia militar para governar Pando Camponeses irão expulsar agência americana Bolívia pode rachar, mas ninguém se beneficiaria, diz analista Bolívia tem histórico de golpes e crises Entenda os protestos da oposição na Bolívia Enviada do 'Estado' mostra fim dos bloqueios Imagens das manifestações "Tomara que não se trate de uma estratégia para ganhar tempo. O que o país quer agora é um primeiro acordo para pacificar a Bolívia, para gerar as condições para convocar o referendo constitucional", declarou à imprensa o vice-ministro da Descentralização, Fabián Yaksic. O presidente Evo Morales, no sábado, confia que firmará um acordo o mais rápido possível, antes de viajar nesta segunda-feira para Nova York, onde participa da assembléia das Nações Unidas. Yaksic disse que até agora a oposição não apresentou uma só proposta e reiterou que a vontade do governo para dialogar. O governador de Tarija, Mario Cossío, por sua vez, respondeu que se deve dar tempo ao diálogo e cumprir os prazos acordados inicialmente, de até 30 dias. Ele afirmou que o governo quer convocar em 1o de outubro o referendo sobre a nova Constituição. O líder opositor advertiu que, antes disso, se deve esperar que as mesas de diálogo concluam o seu trabalho. "Há um prazo de 30 dias para se discutir os temas do diálogo, e não estamos hoje em condições para firmar algo que signifique a aprovação às cegas de um texto constitucional", declarou. Evo busca um consenso para submeter a nova Constituição a referendo. O texto aprofunda a nacionalização da economia, dá mais poder à maioria indígena do país e promove reforma agrária. As propostas sofrem oposição do leste do país. Em Santa Cruz, Tarija, Pando, por exemplo, onde estão as maiores riquezas do país, a oposição a Evo exige mais autonomia e se opõe à reforma agrária nos moldes propostos pelo presidente.
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