Negociadores do governo de facto de Honduras viajaram nesta quarta-feira, 22, à Costa Rica para novas conversas em busca de uma solução para a crise desatada após a deposição do presidente Manuel Zelaya, disse o chanceler interino Carlos Lopez. Ele adiantou, porém, que seu governo de Roberto Micheletti não aceitará nenhum acordo que inclua a restituição de Zelaya.
A última rodada de negociações fracasso no último domingo, quando as duas partes não chegaram a um acordo sobre o retorno de Zelaya ao poder. O chefe de Estado da Costa Rica, Oscar Arias, pediu mais 72 horas para os trabalhos de sua mediação. O prazo acaba nesta quarta-feira. O presidente deposto prometeu voltar ao país a partir desta quinta se nenhum acordo for alcançado nesta quarta. Em Honduras, a população continua realizando protestos.
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Nesta quarta, milhares de simpatizantes do governo de Micheletti marcharam pelas ruas de Tegucigalpa em apoio à democracia e para expressar sua rejeição ao retorno de Zelaya e à "intromissão" do presidente venezuelano, Hugo Chávez. Vestidos com camisetas brancas e azuis, as cores da bandeira hondurenha, os manifestantes percorreram uma avenida no leste da capital com destino ao centro da cidade, onde participaram de uma grande concentração.
Os participantes da mobilização, que chegou a alcançar dois quilômetros de comprimento, gritavam palavras de ordem contra Zelaya, Chávez e Oscar Arias. "'Mel' queremos te ver longe", diziam vários dos cartazes que os manifestantes carregavam, em alusão a Zelaya. Em um momento da manifestação, um grupo de estudantes do ensino médio tentou interferir no percurso, mas foram enfrentados pelos opositores a Zelaya e pela Polícia, que interveio para dispersá-los.
A chamada marcha "Pelo Patriotismo e a Coragem" foi convocada pela organização opositora a Zelaya União Cívica Democrática (UCD). O protesto foi realizado um dia depois que o governo de Micheletti deu um prazo de 72 horas para que a delegação diplomática da Venezuela em Tegucigalpa abandone o país.
A administração de Chávez antecipou que "utilizará todos os recursos necessários para preservar a integridade de sua missão diplomática em Tegucigalpa e a do pessoal credenciado pelo governo constitucional de Honduras", que só reconhece Zelaya como presidente.