Dissidente cubano preso morre após greve de fome

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Um dissidente cubano preso, Wilmar Villar Mendoza, morreu nesta quinta-feira no leste de Cuba em consequência de uma greve de fome de 56 dias e pelo o que outros opositores denunciaram como maus tratos por parte do governo, disse um ativista de direitos humanos na ilha. Villar, de 31 anos, começou sua greve de fome pouco depois que foi preso em novembro, levado a julgamento e condenado a quatro anos de prisão por crimes como desobediência, resistência e contra o Estado, disse Elizardo Sánchez, da Comissão Cubana de Direitos Humanos. Sánchez afirmou que Villar se uniu no ano passado a um grupo de oposição na província oriental de Santiago de Cuba chamado União Patriótica Cubana e havia sido um dissidente ativo desde então. Ele foi colocado em isolamento sob condições difíceis, o que combinado com sua greve de fome provocou sérios problemas de saúde que levaram à sua morte, disse Sánchez à Reuters. O ativista havia sido levado a um hospital na cidade de Santiago de Cuba em 14 de janeiro quando seu estado de saúde piorou, e ele morreu lá. "Responsabilizamos de maneira categórica o governo cubano porque ele morreu sob o seu cuidado. Consideramos essa uma outra morte que poderia ter sido evitada", declarou Sánchez. Um relatório do Human Rights Watch enviado à Reuters por email exige ao governo cubano uma maior liberdade política e respeito aos direitos humanos na ilha. Cuba, que considera os opositores mercenários a serviço dos Estados Unidos, seu inimigo político, atraiu a condenação internacional quando outro dissidente preso, Orlando Zapata Tamayo, morreu em fevereiro de 2010, após uma greve de fome de 85 dias. O governo cubano ainda não se manifestou sobre a morte de Villar, mas o blogueiro pró-governo Yohandry anunciou em seu site que "morreu o delinquente Wilmar Villar Mendoza". Já a blogueira dissidente Yoani Sánchez difundiu a notícia da morte de Villar no Twitter e perguntou: "Quantos mais têm que morrer? Quantos mais?" (Reportagem de Jeff Franks, reportagem adicional de Nelson Acosta)

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