HAVANA - O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse na quinta-feira, 12, que se alegrou em ver o líder cubano Fidel Castro "são e salvo" após se reunir com ele durante uma breve visita à ilha, em um período de tensão com o Ocidente por causa do programa nuclear do país islâmico.
O presidente cubano, Raúl Castro, foi até o Aeroporto Internacional José Martí, de Havana, despedir-se de Ahmadinejad. Nos encontros entre os dois líderes, eles dialogaram sobre "o excelente estado" das relações bilaterais.
"Tivemos reuniões muito boas com o comandante Fidel Castro, conversamos sobre muitos temas, foi motivo de grande alegria para mim ver o comandante Fidel são e salvo", disse Ahmadinejad a jornalistas ao concluir sua visita de um dia.
"Vimos que ele acompanha todos os assuntos nacionais e os temas mundiais detalhadamente, com muito gosto", acrescentou o líder iraniano antes de partir para o Equador, a última parada de um giro por quatro países da América Latina críticos à política capitalista e de Washington.
A saúde de Castro tem sido um tema recorrente na mídia e nas redes sociais ante a ausência de aparições públicas do líder, que deixou a Presidência em 2008 nas mãos de seu irmão Raúl depois de se submeter a várias cirurgias por causa de uma doença no intestino que o deixou à beira da morte.
A reunião de Ahmadinejad e Fidel Castro durou duas horas, afirmou Raúl. "Eu perguntei à noite a Ahmadinejad quem havia falado mais e ele disse que foi Fidel", disse, sorrindo. "É uma mostra de que (Fidel Castro) está muito bem, realmente está muito bem", acrescentou.
O tour de Ahmadinejad incluiu também Venezuela e Nicarágua e ocorreu depois de os EUA imporem novas sanções dificultando a maioria dos países de comprar petróleo iraniano. A Europa poderá lançar medidas similares no final do mês. Mas o Irã ameaçou fechar o Estreito de Ormuz, a passagem mais importante do mundo para o transporte de petróleo, se as sanções afetarem as suas exportações do produto bruto.
Tensões
As tensões entre o Irã e o Ocidente aumentaram ainda mais na quarta-feira, depois que Teerã culpou agente israelenses e norte-americanos pela morte do cientista nuclear iraniano Mostafa Ahmadi-Roshan, de 32 anos, depois da explosão de uma bomba magnética no carro em que viajava.
Ahmadinejad não respondeu a perguntas sobre a morte do cientista iraniano nem mencionou as sanções recentes impostas por Washington. Alguns desses temas, porém, estiveram na agenda oficial. "Raúl e Ahmadinejad ratificaram o compromisso de ambos os países com a defesa da paz, o Direito Internacional e os princípios da Carta das Nações Unidas e com o direito de todos os Estados ao uso pacífico da energia nuclear", disse o diário oficial Granma, em uma breve nota.