30 de julho de 2010 | 07h53
A Colômbia insistiu no encontro da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) em buscar um mecanismo para combater os guerrilheiros na região, após denunciar à Organização dos Estados Americanos (OEA) que a Venezuela abriga 1.500 rebeldes esquerdistas em seu território.
Essas acusações levaram o presidente venezuelano, Hugo Chávez, a romper as relações diplomáticas com seu vizinho andino na semana passada e a colocar em alerta suas tropas na fronteira entre os dois países.
Apesar de Colômbia e Venezuela aceitarem sentar à mesa para negociar no encontro da Unasul a portas fechadas em Quito, os chanceleres da região não conseguiram que nenhum dos lados cedesse.
"Lamento que não se tenha chegado a um consenso definitivo", disse a jornalistas o chanceler colombiano, Jaime Bermúdez, depois do fim do encontro.
"O que quer e o que preocupa a Colômbia é uma cooperação eficaz. Precisamos nos livrar do narcotráfico e do terrorismo com a ajuda de todo o mundo", acrescentou.
No encontro, a Venezuela apresentou uma proposta de paz com a Colômbia, que já havia sido subestimada pelos colombianos antes mesmo de ser anunciada oficialmente.
Mas as duas nações andinas, ao menos, concordaram que os grupos armados fora-da-lei são um problema para a região, de acordo com o chanceler do país anfitrião, o equatoriano Ricardo Patiño.
A Colômbia havia afirmado que não esperava muito do encontro da Unasul, porque não acreditava que haveria muito eco para suas denúncias num fórum formado por vários aliados de Chávez.
Já a Venezuela recebeu a conclusão do encontro com otimismo.
"O acordo principal era nos encontrarmos e conseguimos, o acordo principal era debater de maneira aberta, franca e fazer as propostas de paz, e conseguimos", disse o chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, em entrevista coletiva, na qual minimizou o fato de o encontro ter sido encerrado sem um acordo.
Agora os chanceleres sul-americanos da Unasul planejam pedir uma reunião de presidentes do Cone Sul para buscar uma solução nos próximos dias.
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