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Equador confirma que pediu informações a Colômbia sobre caso de espionagem

Jornal equatoriano denunciou que agentes do DAS espionavam Correa e outras autoridades de Quito

Por Efe
Atualização:

QUITO- O chanceler do Equador, Ricardo Patiño, confirmou nesta quarta-feira, 30, que o governo de seu país solicitou oficialmente à Colômbia informações sobre o suposto caso de espionagem de agentes colombianos a altas autoridades em território equatoriano.

 

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Na terça, o Equador "entregou uma nota ao governo colombiano solicitando informações a respeito da suposta espionagem ao presidente Rafael Correa e outros funcionários, por parte do Departamento Administrativo de Segurança (DAS), adscrito a presidência da Colômbia", disse Patiño, segundo um comunicado da Chancelaria.

 

O chanceler afirmou que "ainda não há provas" sobre a denúncia de espionagem, que partiu de uma reportagem de um jornal equatoriano, baseada em uma fonte anônima, supostamente membro do DAS.

 

"Existe uma denúncia sobre a qual, até o momento, se desconhecem os nomes das pessoas", disse Patiño em referência à pessoa que deu as informações ao jornal El Universo. Além disso, o diplomata declarou que "o restabelecimento de relações entre ambos os países pode ser afetado, mas que isso depende das informações". "Deveria vir informações oficiais do governo colombiano e esperamos que elas nos sejam entregues", disse.

 

Ontem, o presidente equatoriano, Rafael Correa, prometeu que seu país voltará a romper os laços com a Colômbia, caso sejam comprovadas as denúncias de que agentes de Bogotá o espionaram. "Se estão espionando o presidente do Equador e seu governo, com o conhecimento do atual presidente (Álvaro) Uribe e do ex-ministro da Defesa (Juan Manuel) Santos, não apenas isso seria um obstáculo para normalizar relações bilaterais, mas teríamos de rompê-las novamente", ameaçou Correa.

 

O Equador rompeu as relações com a Colômbia em março de 2008, ao considerar um ataque a sua soberania territorial uma ofensiva do Exército colombiano em um acampamento clandestino das Farc em território equatoriano, sem aviso prévio nem permissão das autoridades de Quito.

 

Nessa operação morreram ao menos 26 pessoas, entre elas o então porta-voz das Farc, Raúl Reyes, quatro universitários mexicanos e um estudante equatoriano.

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Desde setembro passado, autoridades dos dois países desenvolvem um processo de restabelecimento de relações diplomáticas no qual já nomearam os encarregados de negócios e agregados militares das legações diplomáticas.