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Equador diz querer diálogo com Colômbia apesar de obstáculos

Atualização:

O Equador disse nesta quinta-feira que mantém a vontade de restabelecer suas relações diplomáticas com a Colômbia, após um juiz equatoriano ter ordenado a captura de um comandante das Forças Militares colombianas por um bombardeio em 2008 no qual morreu um líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Uma reunião prevista para sexta-feira no Equador, antes de um encontro de chanceleres de ambos os países em 3 de novembro, foi suspensa a pedido da Colômbia, após um juiz local ter ordenado a captura do general Freddy Padilla pelo ataque colombiano em território equatoriano no qual morreu Raúl Reyes e ao menos outras 24 pessoas. "Reafirmo que do lado do Executivo, do lado do governo, temos uma vontade política de avançar, de construir nestes diálogos que estamos tendo com a Colômbia, que permitam uma normalização das relações diplomáticas", afirmou o chanceler Fánder Falconí, citado no comunicado. "A função executiva não tem nenhuma capacidade de designar, intervir, controlar ou decidir sobre o Ministério Público (...) nesse sentido, isto responde a uma decisão autônoma da Justiça equatoriana", acrescentou o documento. A Justiça equatoriana já havia vinculado ao processo o ex-ministro de Defesa colombiano, Juan Manuel Santos, e pediu sua captura com fins de extradição, o que provocou uma reação enérgica do presidente Alvaro Uribe, que afirmou defendê-lo em qualquer cenário judicial. A rejeição da jurisdição extraterritorial da Justiça equatoriana é um dos pontos mais sensíveis que a Colômbia procura acertar em seus contatos com o Equador para recompor as relações com seu vizinho, com o qual divide uma fronteira terrestre de mais de 580 quilômetros e é seu terceiro maior parceiro comercial. Por sua vez, o ministro de Defesa equatoriano, Javier Ponce, classificou de "inoportuna" a decisão do juiz e disse que espera que a Colômbia remarque a reunião de sexta-feira. (Reportagem de Javier Mozzo Peña)

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