Equador pressiona petrolíferas para aumentar produção

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Por MARIO NARANJO E WALKER SIMON
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O vice-presidente do Equador, Lenin Moreno, disse na quinta-feira que o governo assumirá as operações petrolíferas controladas por estrangeiros caso as empresas não aumentem a produção. "Eles terão de aumentar a produção", disse Moreno em entrevista à Reuters. "Se uma companhia se recusar a fazê-lo, então o Estado vai ter que assumir a operação e produzir." Em outubro passado, o presidente Rafael Correa ameaçou expulsar as petrolíferas internacionais se não ampliassem a produção no país. Correa, que tomará posse do segundo mandato na segunda, tem adotado um estilo linha-dura nas negociações com investidores estrangeiros, mas não seguiu o caminho da nacionalização das empresas, como promove seu aliado Hugo Chávez, presidente da Venezuela. O Equador negocia um novo modelo de contrato com as petrolíferas, entre elas a chinesa Andes Petroleum e a espanhola Repsol, no qual o governo ficaria com todo o petróleo extraído em troca de uma taxa. A produção de petróleo do Equador vem caindo desde a década passada e hoje soma cerca de 486.000 barris por dia. Quase metade disso é produzido por empresas estrangeiras. No mês passado, o governo tomou dois blocos operados pela francesa Perenco em meio a uma disputa tributária. A Perenco extraía 22,000 barris por dia na Amazônia equatoriana. Ainda no mês passado, Correa também cobrou da Petrobras, Repsol, Perenco e Andes Petroleum o pagamento de centenas de milhões de dólares sobre impostos devidos relativos a operações de oleoduto. Falando sob um retrato de Simon Bolívar, Moreno ressaltou que o alvo da iniciativa são as empresas estrangeiras. "(Temos) a determinação para que elas não reduzam a produção. Pelo contrário, (queremos) que aumentem.

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