Espanha tentará mudar política da Uniao Europeia para Cuba

Para país que preside UE temporariamente, defesa dos direitos humanos na ilha precisa ser mais eficaz

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Por Efe e Associated Press
Atualização:

Durante sua presidência de turno da União Europeia, a Espanha insistirá em revisar a posição europeia a respeito de Cuba, para alcançar avanços na área de direitos humanos e a liberação de presos políticos, e não para fazer "concessões" ao regime castrista, disse nesta quinta-feira, 11, o ministro de Assuntos Exteriores espanhol, Angel Moratinos.

 

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O ministro afirmou que a mudança não se trata de fazer "concessões" ou "ignorar ou renunciar aos elementos essenciais da posição europeia", mas sim fazer com que a defesa dos direitos humanos em Cuba seja "mais eficaz e dê resultados".

 

Para o chanceler, a mudança visa "comprometer" o regime castrista com as liberdades e evitar que se repitam casos como o de Orlando Zapata, dissidente que morreu depois de 85 dias de greve de fome, ou de Guillermo Fariñas, hospitalizado nesta quinta após desmaiar.

 

Moratinos garantiu que a revisão da posição comum fixada em 1996, que defende o diálogo com Cuba sobre avanços na democracia e apoia a relação com a dissidência, não poderia renunciar à "exigência" da defesa das liberdades na ilha.

 

"O que vamos tentar é transferir essa posição que parece razoável", disse Moratinos, depois que o Parlamento Europeu aprovou nesta quinta uma moção para pressionar Havana a liberar os presos políticos.

 

O chanceler espanhol reiterou que a posição comum em relação a Cuba, defendida pelo ex-presidente José María Aznar, não conseguiu alcançar os objetivos da UE.

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Moratinos reconheceu que todos os ocorridos em Cuba nas últimas semanas geraram "uma enorme confusão" que não ajudou a aproximação da Espanha à ilha ser reconhecida.

 

O ministro aplaudiu a moção do Parlamento Europeu que condena a "evitável e cruel" morte do dissidente Orlando Zapata e alerta contra o "fatal desenlace" que pode haver para a greve de fome que Fariñas realiza.

 

Segundo o chanceler, a Espanha já vinha pedindo a liberação de presos políticos e conseguiu libertar "muitos presos", ainda que em alguns, casos, como o de Zapata, não tenha tido sucesso.

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