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EUA extraditam ex-ditador do Panamá Manuel Noriega para a França

Noriega foi condenado há dez anos de prisão por lavagem de dinheiro na França

Atualização:

Reuters, Efe e AP

 

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WASHINGTON- O ex-ditador panamenho Manuel Noriega foi extraditado nesta segunda-feira, 26, dos Estados Unidos para a França, onde foi condenado por lavagem de dinheiro, afirmou uma autoridade de Justiça dos Estados Unidos.

 

Ele embarcou em um avião da Air France nesta tarde, disse a autoridade sob condição de anonimato. Os advogados de Noriega afirmam que, como um prisioneiro de guerra, ele deve ser enviado de volta ao Panamá.

 

O traslado ocorreu depois que a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, assinou a ordem de entrega à França do ex "homem forte" do Panamá, segundo confirmou Charles Luoma-Overstreet, porta-voz do departamento.

 

O ex-ditador tenta há anos ser enviado ao Panamá ao invés da França, mas seus recursos legais se esgotaram em 24 de março, quando um juiz federal da Flórida levantou a ordem que bloqueava a extradição.

 

Previamente, a Justiça americana havia se negado a revisar sua decisão de permitir o envio do ex-ditador á França.

 

No país, Noriega foi condenado em ausência a dez anos de prisão em 1999 por ter lavado dinheiro do narcotráfico por meio de bancos franceses e pela compra de apartamentos em Paris.

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No Panamá, Noriega foi declarado culpado também em ausência por vários crimes, incluindo os assassinatos do líder opositor Hugo Spadafora e o major Moisés Giroldi, pelos quais foi condenado a 15 e 20 anos de cárcere, respectivamente.

 

Contudo, como o ex-ditador tem mais de 70 anos, se regressar a seu país pode cumprir a condenação em prisão domiciliar.

 

O ex-general foi governante do Panamá de 1983 a 1989, quando foi detido por tropas americanas que invadiram o país.

 

Em 1992, Noriega foi declarado culpado por associação criminosa para traficar drogas e crimes relacionados. Sua sentença foi concluída em 2007, mas ele permanecia preso em Miami até hoje.

 

Panamá

 

O governo do Panamá afirmou nesta segunda que respeita a decisão dos Estados Unidos de extraditar Noriega para a França, mas garantiu que continuará reclamando o ex-ditador para que ele cumpra as condenações pendentes no país.

 

"O governo dos Estados Unidos, por meio do Departamento de Estado, tomou uma decisão soberana e nós a respeitamos", disse a jornalistas o vice-presidente e chanceler panamenho, Juan Carlos Varela.

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Varela disse, no entanto, que a aceitação da decisão americana "não significa que o Panamá vai deixar de insistir pelas vias diplomáticas e legais" para que Noriega "regresse ao país para cumprir as condenações ditadas por tribunais panamenhos".

 

O vice-presidente recordou que o governo do Panamá fez três petições de extradição que "estão vigentes".

 

Noriega, de 75 anos, tem pendentes varias condenações em seu país, cujas penas somadas passam os 60 anos, mas de acordo com a lei panamenha, réus com idade superior aos 70 anos podem cumprir pena em regime de prisão domiciliar.

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