EUA não serão polícia no Haiti, afirma secretário de defesa

Para Gates, é impossível distribuir ajuda humanitária no país se segurança estiver fora de controle

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Por Associated Press
Atualização:

O secretário de defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, disse nesta segunda-feira, 18, que as forças norte-americanas no Haiti para as operações de socorro após o terremoto podem se defender e defender os haitianos ou estrangeiros da violência, mas não considera que ampliem seu papel para funcionar como policiais.

 

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De acordo com Gates, os Estados Unidos está envolvido na distribuição de ajuda e apoia as Nações Unidas na manutenção da segurança. "Não escutei que tivemos um papel de vigilância policial em nenhum momento", disse o secretário aos repórteres que viajavam com a Índia para negociações sobre a cooperação de defesa, comércio e relações entre Índia e Paquistão.

 

 Gates explicou amplamente as regras sob as quais se regem os efetivos norte-americanos, delimitadas previamente pelo Pentágono. O secretário aprovou as normas de participação dos Estados Unidos na costa sobre os barcos próximos ao Haiti.

 

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"Para qualquer lugar que enviamos nossas tropas, elas têm a autoridade e o direito de defender-se", disse Gates, e acrescentou que também podem defender outros "se verem que algo acontece".

 

No domingo, 17, o tenente-general "Ken" Keen, do comando sul dos Estados Unidos, afirmou que houve alguns surtos de violência que dificultaram as manobras dos socorristas no Haiti. Keen também declarou que proporcionar ajuda humanitária requer um ambiente seguro e ainda que as ruas estejam tranquilas, os distúrbios têm aumentado. "Temos que atender a situação da segurança", disse Ken.

 

Ainda segundo o general, cerca de 1.000 efetivos norte-americanos estão no Haiti e mais 3.000 trabalham desde os barcos. Mais 12.000 militares são esperados na região.

 

O temor ante os saqueadores e ladrões era um dos motivos que atrasava a entrega de ajuda. Depois do terremoto de 7 graus que assolou o Haiti, a responsabilidade da segurança recaiu nos 9.000 integrantes das forças de paz da Onu e na polícia internacional que já estava no país antes do tremor, apesar de essas forças também terem sofrido perdas no desastre.

 

As agências internacionais de ajuda e os funcionários dos Estados Unidos disseram que vigiam o aumento da violência enquanto o povo haitiano luta por comida e água.

 

"Não podemos entregar água e alimentos se não temos uma situação de segurança razoável, este deve ser obviamente um elemento para o trabalho que estamos fazendo com o governo do Haiti e a Onu", finalizou Gates.

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