Ex-espião chileno que matou general é solto na Argentina

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A Justiça argentina colocou em liberdade o ex-espião chileno Enrique Arancibia, que há mais de três décadas matou o general chileno Carlos Prats em Buenos Aires, graças a uma lei que beneficia os presos sem sentença, disse na quarta-feira um defensor chileno. Arancibia foi libertado cerca de dois anos antes do que deveria, disse à Reuters Alejandro Carrió, representante legal do Estado chileno no caso. O ex-agente da ditadura de Augusto Pinochet saiu da prisão 30 dias atrás depois de ficar preso de quase 12 anos por crimes considerados de lesa humanidade, favorecido por uma lei que computava o dobro dos anos para a pessoa que fica na prisão sem ser sentenciado apropriadamente. Essa lei foi revogada. Carrió disse que já foi contatado pelo governo do Chile para avaliar se cabe apelação da sentença, já que a Justiça argentina incorreu em um erro de cálculo que "significou um par de anos mais na prisão". O general chileno morto em 1974 se exilou em Buenos Aires depois de renunciar à chefia do Exército de seu país um ano antes, pressionado por seu apoio ao presidente socialista Salvador Allende. Nessa época, a Argentina vivia sob regime democrático. Prats foi sucedido por Pinochet, que pouco depois encabeçou um golpe militar contra Allende para instalar uma cruel ditadura em que desapareceram milhares de pessoas.

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