Efe
SANTIAGO- Paul Schaefer, o ex-suboficial nazista que fundou no Chile a Colônia Dignidade e morreu no sábado aos 88 anos, foi enterrado neste domingo, 25, em um cemitério privado na capital chilena.
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Somente sua filha adotiva, Rebeca Schaefer, e seu advogado, José Luis Sotomayor, acompanharam o enterro de Schaefer, que morreu por causa de uma falha cardiorrespiratória, provocada por uma doença cardíaca crônica.
À saída do caixão da funerária onde o corpo foi velado, alguns habitantes jogaram terra contra o veículo que transportava o caixão e gritaram "Assassino!".
A manifestação foi observada com um expressão imutável pela filha do morto, ainda que os protestos não tenham causado mais incidentes e o automóvel pôde percorrer sem problemas o trajeto de 20 km até o cemitério.
No local, a imprensa local observou apenas cinco pessoas que fizeram um breve ato de despedida, que não teve orações. Sobre a sepultura sem nome, foram depositadas suas coroas de flores, enquanto alguns visitantes protestavam contra o sepultamento de Schaefer próximo de onde estão enterrados parentes seus.
Paul Schaefer, que fundou a Colônia Dignidade, no sul do Chile, em 1961, morreu no hospital da prisão onde cumpria pena por homicídio, torturas, infração à lei de armas e abuso sexual de menores.
A comunidade se converteu, sob a férrea condução de Schaefer, em um enclave onde, como se soube mais tarde, os próprios colonos eram vítimas do fundador. Durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), o lugar serviu como campo de concentração e torturas para a polícia secreta do regime.
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