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Exames confirmam que ex-presidente chileno Allende se suicidou

Atualização:

Uma investigação forense confirmou que o ex-presidente chileno Salvador Allende, o primeiro marxista a chegar ao poder pelas urnas, cometeu suicídio durante o golpe de Estado de 1973, descartando versões que sugeriam a participação de outra pessoa em sua morte. O resultado foi anunciado nesta terça-feira por especialistas que procuravam esclarecer as circunstâncias da morte de Allende, deposto por Augusto Pinochet e encontrado morto em seu gabinete depois de um bombardeio contra o Palácio Presidencial La Moneda. Apesar de a morte ter sido determinada desde o início como suicídio, a mídia local havia levantado a possibilidade de que outra pessoa estivesse envolvida, ajudando Allende a acabar com sua vida. "Estamos em condições de poder garantir que se trata de uma morte violenta de explicação médico legal suicida, e sobre isso não temos absolutamente nenhuma dúvida", disse a jornalistas o médico espanhol Fernando Etxeverría, que participou dos exames depois da exumação dos restos mortais de Allende, em maio. Em abril, um tribunal ordenou a exumação dos restos de Allende após identificar deficiências na autópsia feita em 1973. "Há evidência de duas balas, mas apenas um ferimento", afirmou David Pryor, perito balístico britânico que fez parte da equipe investigadora. "Não há evidência da participação de uma terceira pessoa", acrescentou o especialista da Scotland Yard. O estudo foi realizado por uma equipe multidisciplinar de peritos chilenos e estrangeiros, com a supervisão do Comitê Internacional da Cruz Vermelha. Durante a ditadura de Pinochet, de 1973 a 1990, três mil pessoas morreram ou desapareceram, enquanto outras 28 mil foram torturadas. (Reportagem de Felipe Iturrieta)

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