A Guarda Nacional da Venezuela tomou nesta quarta-feira, 25, o controle de outros dois aeroportos, no Estado de Táchira, localizado na fronteira com a Colômbia, em cumprimento da lei de centralização do presidente Hugo Chávez, informaram fontes oficiais à agência France Presse. O procedimento foi autorizado nesta semana pela Assembleia Legislativa, que também endossou a tomada de outros três aeroportos nos Estados de Miranda e Zulia, todos controlados pela oposição.
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No sábado, os militares assumiram o controle de sete terminais aéreos e marítimos, entre eles os da cidade de Maracaibo, segunda maior do país e reduto da oposição. O Parlamento, de maioria chavista, justificou a autorização sob o argumento de que a centralização é de "grande importância estratégica para a segurança da nação". Para Chávez, a medida é necessária para "reunificar a pátria que estava em pedaços."
Prefeitos e governadores da oposição se declararam nesta quarta-feira em "emergência nacional e rebeldia" contra a centralização e "perseguição política" do governo. A declaração significa "uma resistência ativa e que não vai parar", disse o governador de Zulia, Pablo Pérez, em entrevista coletiva.
A oposição conquistou nas eleições de novembro passado cinco dos 22 governos regionais e um quinto das mais de 330 prefeituras da Venezuela, em cidades estratégicas, tradicionalmente governadas pelo Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), liderado por Chávez.
"A resistência democrática seguirá nas ruas" e começará no próximo sábado, em Táchira. "Não pararemos diante deste processo de criminalização da política. Não temos medo e estaremos com ações de protestos pacíficos, conscientes e permanentes em todas as regiões e municípios do país", completou Pérez. "Não por uma ponte nem por um aeroporto, mas pela luta em respeito a Constituição e soberania popular que querem ser burladas pelo governo", concluiu.
EMPRESAS
Ainda nesta quarta-feira, Chávez assinou dois decretos. Um deles cria uma empresa estatal para gerir os portos do país e o outro trata da criação de outra estatal para comandar o aeroportos. As novas empresas terão de trabalhar sob regras socialistas e buscar o desenvolvimento das regiões nas quais seus respectivos portos e aeroportos operam, disse o presidente. As duas companhias farão parte do Ministério de Infraestrutura e Habitação.