FAB envia mais aviões ao Haiti; EUA usam espaço aéreo cubano

Duas aeronaves partiram do Rio com hospital de campanha completo e 50 médicos; Cuba faz acordo para auxílio

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Por Reuters e Efe
Atualização:

O Brasil enviou nesta sexta-feira, 15, mais dois aviões militares com ajuda para as vítimas do terremoto que devastou o Haiti na terça-feira, e com isso subiu para seis o número de aeronaves brasileiras que transportaram alimentos e equipes de resgate ao país caribenho. Os dois aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) que decolaram do Rio de Janeiro transportavam um hospital militar de campanha completo, 50 médicos e enfermeiros das Forças Armadas, equipamento para centro cirúrgico, uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), laboratórios e outros equipamentos médicos, informou o Ministério da Defesa.

 

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O hospital de campanha é composto de várias tendas climatizadas que podem ser montadas em qualquer terreno e em diversas configurações, segundo as necessidades. Até agora, o Brasil enviou ao Haiti dois hospitais deste tipo, que podem atender emergências e cirurgias. O Brasil, que lidera as tropas da Missão de Estabilização da ONU no Haiti (Minustah), já tinha enviado na quinta-feira 50 bombeiros especializados em trabalhos de resgate, assim como uma equipe de médicos e enfermeiros militares, e quatro cães treinados na busca de sobreviventes.

 

Nas duas primeiras aeronaves, foram enviadas 17 toneladas de alimentos, águas e remédios. A Força Aérea Brasileira prevê que outros três aviões sejam enviados hoje com diferentes equipamentos e ajudas. O primeiro avião enviado ao Haiti voltou hoje ao Brasil e serviu para transportar o ministro da Defesa, Nelson Jobim, quatro civis que estavam no país caribenho e o corpo da pediatra Zilda Arns, de 75 anos, fundadora e coordenadora da Pastoral da Criança.

 

Para esta sexta-feira, também está previsto o retorno de um avião com 19 militares brasileiros que ficaram feridos no terremoto. O Brasil colocou ontem em andamento um plano de ajuda que inclui, entre outros objetivos, a remoção dos escombros, o atendimento aos feridos, o enterro das vítimas e a distribuição de alimentos.

 

O plano foi delineado nas reuniões que o ministro da Defesa teve na quarta-feira, em Porto Príncipe, com os militares brasileiros que integram a Minustah. O terremoto de 7 graus na escala Richter aconteceu às 19h53 de Brasília da terça-feira e teve epicentro a 15 quilômetros de Porto Príncipe, a capital do país. A Cruz Vermelha do Haiti estima que o número de mortos ficará entre 45 mil e 50 mil.

 

Na quarta-feira, o primeiro-ministro do país, Jean Max Bellerive, havia falado de "centenas de milhares" de mortos. Além da morte de Zilda Arns, o Exército brasileiro confirmou que pelo menos 14 militares do país que participam da Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah) morreram em consequência do terremoto.

 

Diferente do número do Exército, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, aumentou hoje o número de mortos para 17 - considerando as mortes de Luiz Carlos da Costa, funcionário da ONU, e de outro brasileiro que não identificou -, segundo informações da Agência Brasil.

 

CUBA

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Também nesta sexta-feira, o governo cubano autorizou que as Forças Armadas dos Estados Unidos usem o espaço aéreo do país para voos de ajuda ao Haiti, informou Washington. Dessa forma, o transporte de feridos para Miami se torna mais rápido.

 

O porta-voz da Casa Branca Tommy Vietor afirmou que foi alcançado um acordo para permitir voos saindo da base naval americana em Guantánamo, localizada em Cuba, passando sobre a ilha em um trajeto com destino a Flórida.

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